quarta-feira, maio 24, 2006

"A morte é passagem para a vida definitiva"

A morte é sem dúvida motivo de preocupações. Negá-la como facto é difícil. Admitir as perplexidades que a cercam é quase uma virtude. Querer fugir à realidade de que, ela assusta, é arriscado.
A morte amedronta?
Alguém sempre me dizia: "Se a morte é descanso, prefiro viver cansado". Eu ria, mas, percebi que, de facto, a morte é, existe e representa, sim, a única e definitiva certeza da vida. Por isso prefiro falar e pensar nela através da poesia, porque assim a morte fica até um pouco mais bonita, mais desejada, mais compreensível, e mais aceitável...

A morte, essa descrença enganosa,
esse medo connosco desde o nascimento,
quase crónica doença,
perde todo o seu segredo
só quando chega o momento
de com ela conviver.

Parece, então, corriqueira,
a verdade verdadeira,
do seu lugar neste mundo:
- Não é feia, indesejada,
não se ama nem se odeia!
É um conselho fecundo
e mais uma companheira
connosco junto, na estrada
que às vezes cansa ou enleia!

Ah! a morte!
É ponte, meio ou passagem
onde termina a viagem
por estes páramos plebeus.
Para os bons, é a certeza
do encontro da realeza
no doce aconchego de Deus.

Não conhecia pessoalmente o Fernando Bizarro, do blog Fraternidade, apenas trocámos alguma correspondência através de e-mail, mas tinha-o como um Amigo aqui da blogosfera, e é sempre dolorosa a partida de um Amigo, principalmente quando essa partida é efectuada de uma forma irreversível – o seu desaparecimento físico. Então, nada mais nos resta senão honrar a presença da sua memória...

Dia 23 de Maio foi seguramente um dia triste para mim...

1 comentário:

Dä®k Añgë£ disse...

Art,
A morte não é o pior de todos os males. É o alívio dos mortais
que estão cansados de sofrer.
Jokinhas.