segunda-feira, janeiro 25, 2010

É o tempo do tempo, do tempo que nos resta





Precisas de amar

Mas tudo o que entregas é corpo 


Falas da alma


E vives sem ela  


Queres


Mas não corres atrás


Aprendes a rir 


Ainda querendo chorar 


Tentas preencher 


Quando o copo está vazio 


Não podes 





MAS VAIS 


Queres esquecer 


Mas tudo o que resta é lembrar






A vida é um contra-senso cíclico, inversamente proporcional ao bater dos ponteiros, porque o tempo não pára, porque o tempo não dorme, porque o tempo não morre........


É o tempo do tempo, do tempo que nos resta. 

 Pensar é nosso escudo, agir a nossa arma!   


 (A simplicidade é arma letal em mundo complexo) 








Love u all

domingo, janeiro 17, 2010

Navegar

Navega, descobre tesouros, mas não os tires do fundo do mar,o lugar deles é lá.
Admira a Lua, sonha com ela, mas não queiras trazê-la para Terra.
Goza a luz do Sol, deixa-te acariciar por ele. O calor é para todos.
Sonha com as estrelas, apenas sonha, elas só podem brilhar no céu.
Não tentes deter o vento, ele precisa correr por toda a parte.
Ele tem pressa de chegar sabe-se lá onde.
Goza a luz do Sol, deixa-te acariciar por ele.
O calor é para todos.

As lágrimas?
Não as sequem, elas precisam correr na minha, na tua, em todas as faces.
O sorriso! Esse deves segurar, não o deixes ir embora, agarra-o!

Quem amas?
Guarda dentro de um porta jóias, tranca, perde a chave!
Quem amas é a maior jóia que possuis, a mais valiosa.
Não importa se a estação do ano muda, se o século vira.
Conserva a vontade de viver, não se chega a parte alguma sem ela.
Abre todas as janelas que encontrares e as portas também.
Persegue o sonho, mas não o deixes viver sozinho.
Alimenta a tua alma com amor, cura as tuas feridas com carinho.
Descobre-te todos os dias, deixa-te levar pelas tuas vontades.
Mas não enlouqueças por elas.

Procura!
Procura sempre o fim de uma história, seja ela qual for.
Dá um sorriso àqueles que esqueceram como se faz isso.
Olha para o lado, há alguém que precisa de ti.
Abastece o teu coração de fé, não a percas nunca.
Mergulha de cabeça nos teus desejos e satisfá-los.
Agoniza de dor por um amigo, só sairás dessa agonia se conseguires tirá-lo também.
Procura os teus caminhos, mas não magoes ninguém nessa procura.
Arrepende-te, volta atrás, pede perdão!
Não te acostumes com o que não te faz feliz, revolta-te quando julgares necessário.
Enche o teu coração de esperança, mas não deixes que ele se afogue nela.

Se achares que precisas de voltar atrás, volta!
Se perceberes que precisas seguir, segue!
Se estiver tudo errado, começa novamente.
Se estiver tudo certo, continua.
Se sentires saudades, mata-as.
Se perderes um amor, não te percas!
Se o achares, segura-o!
Circunda-te de rosas, ama, bebe e cala.
"O mais é nada"

Fernando Pessoa

sábado, janeiro 16, 2010

Tempestade

O País tem estado em alerta devido à tempestade que temos tido, e eu consegui chegar a casa sequinha, porque a tempestade protege sempre as tempestuosas como eu. Gosto de chegar a casa e encontrar o calor do lar, que tem sempre para mim o sabor de reconciliação com o mundo. Mesmo eu que tanto gosto de fazer faísca, não prescindo desse conforto.

Mergulhei na banheira, que enchi de espuma, e estranhamente, pela primeira vez desde que moro neste prédio, comecei a ouvir os risinhos da minha vizinha. Eu nunca tinha ouvido a rapariga a rir!!! Mas mal eu sabia que era apenas e só o princípio da tempestade...

Ela vive com um gajo por quem eu não tenho grande empatia. Ele é esforçado, mas eu chuto-o para canto. Quando os risinhos começaram eu estava a brincar com o patinho de borracha na banheira... e risinho puxa risinho (enquanto o tempo puxava chuva), e o gajo deve ter começado a puxar por ela... ela parecia um trovão a abanar as janelas... ofegante e torrencial, gritando... "sim e sim e siiiiiiiim!!!"

E não pensem que a cena foi nuvem passageira. Não... a tempestade parecia da grossa (se me permitem a expressão). A vizinha estava a ser duramente fustigada pelo dilúvio, e eu ali a espumar-me de raiva, com o patinho já murcho de tanto banho.

Das duas, uma: ou entre eles só há faísca em dias de tempestade, ou era o tempo que trazia até minha casa o eco deles. Nessa noite quase adormeci na banheira, e até aproveitei o barulho dos outros para fazer o meu...

Será que de mim também ficaram a pensar que é só em dias de tempestade??? Será que ouviram o meu patinho??? Para saber, vou ter que esperar pelas próximas chuvadas, sem descurar as boas abertas...

quinta-feira, janeiro 14, 2010

Haiti

quarta-feira, janeiro 06, 2010

Um som a ouvir na semana mais difícil do ano



Bom Ano para todos

sexta-feira, janeiro 01, 2010

Primeiro dia do resto do ano

Hoje é o primeiro dia do resto deste ano, e por isso vou fazer uma associação que não sei se combina bem para todos, mas que aos meus olhos combina na perfeição - falo de sexo/amor versus imagem/fotografia.

Sempre que possível gosto de ver associadas as imagens e as palavras... e vice-versa. Ambas as sinto frequentemente como arte, como aquilo que vivo, que me perturba, e enlouquece. Em resumo... tudo aquilo que amo.

Hoje à fantástica imagem da Maria, Simplesmente, junto as palavras do também ele sempre magnifico Flávio Gikovate.


É comum ouvir dizer que, depois de alguns anos, a vida sexual dos casais se torna extremamente tediosa e repetitiva. A freqüência das relações costuma diminuir, regredindo para um encontro físico por semana, no qual as pessoas cumprem o "dever conjugal" ou "batem o ponto" – linguagem derivada da atitude displicente que têm alguns funcionários públicos. Muitos homens completam seus anseios sexuais pelo contacto com outras mulheres que não as esposas. E existem mulheres que também agem desta maneira. Mas a maior parte delas acomoda-se à situação, por achar que "a vida é assim mesmo" e voltam-se para interesses diferentes, principalmente para os filhos.

Costuma-se dizer que o desejo sexual é transitório: alimenta-se da novidade e depende muito da conquista, de modo que o que já foi conquistado perde quase totalmente a graça. Em parte, isso é verdade. Mas a experiência ensina-nos também que existe um bom número de casais que mantém uma vida sexual rica, excitante e divertida por vinte, trinta, quarenta anos seguidos. O fundamental é tentar entender por que isso acontece e extrair daí algumas lições úteis para que a maioria das pessoas possa desfrutar das delícias eróticas por toda a vida.

Mais importante do que saber por que o desejo desaparece em tantos casais é entender as razões pelas quais ele permanece em outros. Quero referir-me apenas aos "bons casamentos" – aqueles em que há uma dose decente de afeição recíproca e, principalmente, uma atitude mútua de respeito e consideração. Sim, porque nos "maus casamentos" a vida sexual tende a esvaziar-se por razões sentimentais. Um homem ou uma mulher que se sinta sempre humilhado(a) e rejeitado(a), ou que seja tratado(a) com grosseria e autoritarismo, tem o "dever" de desenvolver uma aversão física pelo(a) agressor(a).

Na maioria dos casos, é isso o que ocorre e, não raramente, é o início do fim do casamento. Existe uma excepção: aquela na qual o agressor – um homem ou uma mulher – pode provocar permanentemente a incerteza e o ciúme do parceiro. E o ciúme é um poderoso afrodisíaco, pois mobiliza inseguranças pessoais e tendências competitivas e de disputa. Ninguém quer se mostrar menos competente que um eventual rival.

A minha impressão é a de que o factor erótico que se alimenta de novidades e se cansa com a repetição é unicamente o que deriva da excitação visual do homem. O rapaz casa-se e, no início da convivência, pode ficar excitado apenas ao ver a sua mulher nua. Isto é coisa que costuma desaparecer logo, muito antes dos sinais de envelhecimento físico da companheira, não estando associado a esse facto. Aliás, a importância da visão, como elemento de excitação masculina, diminui com o passar do anos, até mesmo em relação às outras mulheres que não as próprias esposas. A excitação vai se tornando mais dependente dos carinhos e do toque. Quer dizer que o aspecto táctil se torna cada vez mais influente. Na mulher é assim desde o início da vida adulta. Ela excita-se ao se perceber desejada e, principalmente, ao ser acariciada de um modo adequado.

É preciso, portanto, que os próprios homens saibam que o que está a acontecer é absolutamente normal. Do contrário, eles terão a impressão de que já não têm mais o mesmo interesse pela esposa, o que não é verdadeiro. Eles necessitam agora, exactamente como as mulheres, de mais agrados e carícias físicas para terem excitação sexual. Depois que surge a erecção, tudo ocorre como no passado. Claro, desde que a vida em comum seja de razoável entendimento e consideração mútua.

O desejo não se esvai, ele modifica-se. Deixa de ser visual e torna-se essencialmente táctil. A mulher deve entender que isso não significa que ela está a ser menos amada – apenas não desperta mais aquele impacto visual que ainda ocasiona nos outros homens. E não adianta nada trocar de marido. A história se repetirá com o próximo. Às vezes, eu penso que, com o passar dos anos, a visão vai sendo substituída pela imaginação e pelo prazer que se tem ao perceber que o parceiro é participativo em todo o tipo de intimidades eróticas.