Primeiro que tudo, sei que tenho estado tempo bastante afastado (ou quase) destas lides. Penitencio-me por isso, mas, realmente, a mudança de "ares", as tralhas, as arrumações, o novo desafio profissional, mais o trabalho diário... ufa... não têm deixado tempo para muito mais.
Estou desculpado, certo? Ainda bem. De resto, só hoje - e quando digo hoje, digo agora, há minutos (e olhem para as horas deste texto, que é um pormenor importante) - é que tive finalmente acesso à net em casa. Um transtorno tamanho como podem imaginar, em termos profissionais, nomeadamente, ter de enviar e receber notícias, comunicações, agendas, ligado a um portátil... via telemóvel (já para não falar dos custos da "coisa"...).
Estava eu, com a nova casa e escritório toda arrumadinha - quer dizer, quase, que eu, ao contrário de um célebre e já antigo spot publicitário nem sempre dobro o pijaminha - quando me vejo confrontado com um enigma: a linha adsl está instalada e activa; o fax, ligado ao filtro que vem com aquelas caixinhas funciona, envia e recebe; o modem não. Nada. Nicles.
A luz verde não para de piscar, sucedem-se telefonemas, testes, apoio técnico e tudo na mesma. Tira cabo, põe cabo, arranja cabo diferente, vai a loja, volta à loja, etc etc... Já estava a pensar em questões de radioactividade ou bruxaria (sei lá, vê-se tanta coisa) quando, a imaginar como seria mais um dia "desligado do mundo" e em permanente stress - hoje até me deixaram aceder de borla à net, por uns meros cinco minutos de absoluta necessidade, num cyber centro da vizinhança - tive uma surpresa. E das boas. E como não foi normal (nada normal) não resisto a enunciá-la aqui... já basta de tantos exemplos negativos que por aí há.
Estava em casa, quase meia-noite, a pensar em ir dormir, porque o serviço é muito, logo de manhã e a "doer" quando... toca o telemóvel! Número desconhecido, mas de Castelo Branco. Hum, quem será a estas horas, interroguei-me? Era um técnico da Portugal Telecom. E que me queria ele? Tão só, àquela hora, tardia para o comum dos mortais, ajudar-me a resolver o "bug" do acesso à net!
Imaginem que o processo, as minhas dúvidas, explanadas durante a tarde, lhe foram parar às mãos já de noite. Pois o senhor foi de uma eficiência (e repito, àquela hora) a todos os títulos notável. Basicamente,enquanto ia fazendo testes à linha, ia dando indicações para eu desligar aqui, ligar acolá, até conseguir descobrir o "bug".
Eu, que nem sou, passe a imodéstia, o que se pode chamar um "nabo" em informática, telecomunicações e afins, acedi a desligar tudo e, passo a passo, ir seguindo escrupolosamente as indicações do técnico. Conclusão: o problema não estava no equipamento fornecido pela PT, nem no meu computador, mas sim num cabo - que tive de comprar numa loja da especialidade, dado o original não ter "tamanho" suficiente para chegar da tomada ao PC - um fiozinho trocado que fazia a diferença toda.
Ou seja, em última análise, a culpa era minha, embora de cabos telefónicos - para isso é que há casas da especialidade - perceba tanto como de engenharia aero-espacial. Já passava da uma da manhã quando a luz verde do modem se fixou de vez! Voilá.
A minha casa - nomeadamente o escritório - está de "pernas para o ar" outra vez. Há cabos disto e daquilo pelo meio da sala. Mas tudo funciona. E tudo funciona graças a uma pessoa, que não conheço de lado nenhum - mas que vou conhecer, um dia destes, aliás fiz questão disso - que, em vez de estar em casa, descansado, ou de pura e simplesmente deixar para de manhã a questão (como seria normal) atendeu as preces de um desconhecido.
É em homenagem a estas pessoas (que as há, neste nosso país, em que toda a gente se queixa das grandes empresas e desta em particular) que, em seguida, vim aqui publicar este texto. Tenho de trabalhar de manhã, pois tenho, mas ele também terá. Vou dormir poucas horas, pois vou, mas ele, também vai. Fiquei de passar pela PT durante o dia, um dia destes. Sinto-me em dívida para com a disponibilidade desta pessoa. Fica aqui este meu "pedaço" de agradecimento. Ou, como é comum dizer-se por estas terras da Beira Baixa, um pouco por todo o lado, bem haja!