sábado, abril 08, 2006

Jóias raras...

“Era uma vez um rapazinho que tinha um temperamento muito explosivo.
Um dia, o pai deu-lhe um saco cheio de pregos e uma tábua de madeira.
Disse-lhe que martelasse um prego na tábua cada vez que perdesse a paciência com alguém.
No primeiro dia o rapaz pregou trinta e sete pregos na tábua.
Já nos dias seguintes, enquanto ia aprendendo a controlar a ira, o número de pregos martelados por dia, foram diminuindo gradualmente.
Ele foi descobrindo que dava menos trabalho controlar a ira do que ter que ir todos os dias pregar vários prego na tábua…
Finalmente chegou o dia em que não perdeu a paciência uma vez que fosse.
Falou com o pai sobre o seu sucesso e sobre como se sentia melhor por não explodir com os outros.
O pai sugeriu-lhe que retirasse todos os pregos da tábua e que lha trouxesse.
O rapaz trouxe a tábua, já sem pregos, e entregou-a ao pai.
Este disse-lhe:
- Estás de parabéns, filho! Mas repara nos buracos que os pregos deixaram na tábua. Nunca mais ela será como antes. Quando falas, enquanto estás com raiva, as tuas palavras deixam marcas como essas. Podes enfiar uma faca em alguém e depois retirá-la, mas não importa quantas vezes peças desculpas, a cicatriz ainda continuará lá. Uma agressão verbal é tão violenta como uma agressão física.
Amigos são jóias raras, cada vez mais raras. Eles fazem-te sorrir e encorajam-te a alcançar o sucesso. Eles emprestam-te o ombro, compartilham os teus momentos de tristeza, alegria, solidão e têm sempre o coração aberto para ti.”

“Amigo, desculpa se já deixei alguma marca na tua tábua…”

1 comentário:

Å®t Øf £övë disse...

Nefertiti,
Bela lição de vida esta que é transmitida através deste texto metafórico.
É muito difícil a cada um de nós manter a tábua sem pregos, e ainda mais sem buracos. O nosso esforço deve ser no sentido de não deixar que um momento de raiva deixe marcas, mas afinal somos humanos, e como todos os humanos também erramos. Por isso temos tendência a colocar pregos e a deixar buracos naqueles que mais amamos.
Parece um paradoxo, mas infelizmente é verdade.
Sei que ao longo da minha vida, já preguei alguns pregos, que inevitávelmente deixaram cicatrizes. Mas também já fui vitima de vários pregos, que também me deixaram cicatrizes bem profundas. Tento no encanto encarar sempre isso pelo lado positivo, por isso costumo pensar que cada cicatriz que em mim foi deixada ajudou-me a crescer e a ganhar experiência e maturidade.
Irei ter o cuidado de pensar mais vezes na tábua de madeira, e tentar mantê-la o mais intacta possível.
Beijinhos.