terça-feira, junho 30, 2009

Descobri

«Descobri...
Que não sou disciplinado por virtude, mas como reacção contra a minha negligência.
Que pareço generoso para encobrir a minha mesquinhez.
Que passo por prudente por ser pessimista.
Que sou conciliador para não sucumbir ás minhas cóleras reprimidas.
Que só sou pontual para que não se saiba que pouco me importa o tempo alheio»

Gabriel Garcia Marquez (Memórias das minhas putas tristes)

Não resisti em colocar este pequeno excerto deste fabuloso escritor pois permite pensar um pouco.

sábado, junho 27, 2009

Uma questão de expectativas

"And I don't know
This could break my heart or save me
Nothing's real
Until you let go completely
So here I go with all my thoughts I've been saving
So here I go with all my fears weighing on me"



Lá está a famosa questão das expectativas a entrar na minha vida
Envolvermo-nos ou não eis a questão?!
Se nos envolvermos e as coisas correrem mal,
a culpa é nossa, pois não ajustamos as expectativas à realidade,
mas se por outro lado ignoramos e o resultado for o mesmo,
a culpa é nossa porque não fizemos tudo,
Então o que fazer?!
Como conjugar entre demasiadas expectativas e nenhumas?
É que eu não consigo um meio termo,
não consigo estar numa relação ou numa especie de relação sem esperar nada,
vou ter que arranjar uma maneira de ajustá-las...


"Picked all my weeds but kept the flowers"

domingo, junho 21, 2009

Alargar horizontes na horizontal

Saí do escritório à hora de almoço, e como estava um dia cheio de sol, resolvi trocar o almoço por um café numa esplanada à beira-mar. Já na esplanada, de óculos escuros, e com o café na mesa, comecei a aperceber-me da conversa que vinha da mesa do lado...

Eram dois casais que falavam pelos cotovelos... ou pelo menos um dos homens, que para além de não se calar, falava muito alto, e gesticulava. Estava a falar de uma Mafalda qualquer, e repetia vezes sem conta uma das palavras que mais me irritam: "Oiça!", "Oiça!", "Oiça!".

As mulheres que os acompanhavam, simplesmente não falavam, e cheguei a pôr em dúvida se o estariam a ouvir, ou se já estariam a sonhar com uma limpeza de pele, ou aquela camisola que mandaram guardar na loja para o marido pagar. O tal que não se calava, falando da tal Mafalda, diz então: "Que habilitações tem ela para o cargo, não sei, mas toda a gente sabe que ela subiu na horizontal".

Eu já ouvi esta expressão umas centenas de vezes, e para além de me irritar, discordo completamente deste chavão. Porque será que qualquer mulher bonita que chegue a um cargo importante numa empresa, tem de ver a sua honra em dúvida? Porque será que um "começo por baixo" tem de acabar numa "subida na horizontal"? E porque será que nunca se acha que os homens sobem na "horizontal"? Quererá isto dizer que só as mulheres é que usam o sexo para fazerem carreira?

A mim não me parece, até porque conheço muitos homens que se serviram dos seus atributos físicos para alargarem o horizonte na horizontal. Mas na verdade todos eles saem sempre ilesos e sem mácula das suas conquistas, reforçando até a sua prateleira de troféus.

Numa empresa em que trabalhei havia um chefe novo e bonito, que já conhecia os gemidos de quase todas as minhas colegas, e eram elas que tinham o rótulo de "comidas", enquanto ele continuava a ser o jovem bonito e galante que ia preenchendo a estante.

Porque será que nunca ouvi nenhuma delas dizer que o tinha "comido"? Porque será que nunca ninguém duvidou da subida meteórica dele? Terá subido na horizontal?

Depois de todos estes pensamentos e dúvidas, do café tomado, e do corpo aquecido pelo sol, voltei para o trabalho, porque pelo sim pelo não há que garantir a carreira...

sexta-feira, junho 19, 2009

gosto...

"… daqueles momentos que surgem do nada (ou do muito?...), não programados nem imaginados, que não são certos nem errados mesmo que reprovados (por quem?), tão pouco explicados, apenas guardados como que arrumados, memorizados, amados, solamente porque… sim?!..."

quinta-feira, junho 18, 2009

Aveiro...

...uma cidade que me apaixonou!

terça-feira, junho 09, 2009

Bons Feriados...

Na companhia desta sugestão musical Israelita


The Idan Raichel Project - Mi Ma'amakim

sábado, junho 06, 2009

Por Ti... Com os Meus Olhos

Já não é a primeira vez que vos digo que gosto de espreitar por esta janela, porque é de onde ao longe eu vejo romãs, e onde apesar da ventania, as sílabas são sempre inventadas e reinventadas... por ela através dos seus olhos e das suas palavras...

Já foste a paixão
das minhas horas
desmarcadas,
já foste a precisão
incompleta,
a inacabada
loucura de um verbo.

Já foste o desenho
da minha vida
e a voz mansa
dos meus sonhos.

Foste tudo.

Hoje és a desilusão
perfeita do caos.


Por Ti... Com os Meus Olhos - Março 2009

Depois de "Canela e Erva Doce" e "Golpe de Asa", chegou agora a hora de Paula Raposo editar o seu terceiro livro de poesia "Nevou este Verão".

Paula Raposo nasceu em Lisboa, decorria o ano de 1954. Chegou a frequentar a Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, mas não passou do primeiro ano. Interrompidos os estudos, foi trabalhar para um banco; trabalho que deixou em 1987, para trabalhar num escritório de contabilidade. Hoje em dia, concilia a sua carreira de escritora e poetisa com actividade que continua a desenvolver nesse escritório.

A sua poesia é livre, sem deslumbramentos formais no que respeita a métrica e rima, contendo em si uma contemplação constante, um encanto místico, onde o amor está sempre presente. A autora (in)define-se numa só frase: "Não sou definível, sou apenas uma mulher como as outras". (Magna Editora)

quinta-feira, junho 04, 2009

Reflexão

Após umas merecidas férias, cá estou eu pronta para mais uma "jornada"!

Nestas férias aproveitei para juntar o útil ao agradável, praia e pôr a leitura em dia... e gostei tanto do livro que resolvi partilhar um excerto, aqui vai...

"Ah, se fosse novo outra vez! Nunca ouves ninguém dizer: "Gostava de ter sessenta e cinco anos."Sorriu.
"Sabes o que isso reflecte? Vidas insatisfeitas. Vidas incompletas. Vidas que não encontraram sentido nenhum. Porque se encontrares sentido na vida, não desejas voltar atrás. Queres ir para a frente. Queres ver mais, fazer mais. Estás mortinho para chegar aos sessenta e cinco."
"Ouve, tens que saber uma coisa. Todos os jovens têm que saber uma coisa. Se estiveres sempre a batalhar contra o envelhecimento, vais ser sempre infeliz, porque isso vai acontecer de qualquer maneira."
"E, Mitch?" Baixou a voz.
"O facto é que vais mesmo acabar por morrer."

As Terças com Morrie de Mitch Albom

Espero que gostem!

quarta-feira, junho 03, 2009

Amor em Lágrimas


"Ouve o mar que soluça na solidão
Ouve, amor, o mar que soluça
Na mais triste solidão
E ouve, amor, os ventos que voltam
Dos espaços que ninguém sabe
Sobre as ondas se debruçam
E soluçam de paixão
E ouve, amor, no fundo da noite
Como as árvores ao vento
Num lamento se debruçam
E soluçam para o chão"

Composição: Vinicius de Moraes / Claudio Santoro

terça-feira, junho 02, 2009

Já me tinha esquecido...


Já me tinha esquecido de como era...
Esta calmaria, esta bonança, este sossego
O acordar sem o peso de uma luta a travar
O dia que corre simples e leve
A sensação de que tudo está no devido lugar
Já me tinha esquecido deste silêncio...
Desta ausência de barulho mental
Do querer saber, entender, questionar
Ausência de ideias e palavras que se chocam
Silêncio que me deixa descansar
Já me tinha esquecido do sabor...
De disfrutar do tempo sem pressa
Ou de não querer faze-lo parar
Da certeza de tudo o que sou e quero
Da liberdade de nada esperar
Já me tinha esquecido desta voz...
Que apenas fala de dias de sol
Que nada nega, cala ou consente
E que vai cantando sorrisos á toa
Num mundo que encontra novamente
Já me tinha esquecido de como era...
... esta sensação de estar em paz.

segunda-feira, junho 01, 2009

Campanha sobre medicamentos genéricos