quarta-feira, outubro 22, 2008

Onde começa… até onde vai…

8 da manhã, um grupo de jovens entre os 11 e os 13 anos agride selvaticamente um cão até o deixar ferido, assustado e enraivecido. Numa aberta o animal consegue fugir entrar num edifício e refugiar-se numa divisão. Sem saber o que se passara, um adulto aproxima-se calmamente e vendo-o ferido e assustado tenta fazer-lhe uma festa para depois o tirar dali e tratar. Mal se aproxima o cão atira-se a ele cravando-lhe fortemente os dentes.

(…)


- E agora? Que lhe acontece?

- Vamos levá-lo para o canil e o mais provável é que seja abatido.

(…)

Processo de inquérito aos miúdos


- Porque bateste assim no cão?

- Eles também estavam a bater.

- Mas tu, porque lhe bateste tu???

- Não sei.

- E tu? Porque estavas tu a bater assim no cão??

- Não sei.

- E tu?

- Eu cheguei lá, eles estavam a bater e eu também bati.

- Mas porquê???

- Não sei.

(…)


O que leva um grupo de jovens a uma atitude destas? Que vivências tiveram durante os 11 ou 13 anos de vida que os transformou nestes agressores? Que valores (ou a falta deles) lhes foram transmitidos ao longo da vida? Que educação estamos a transmitir aos nossos descendentes? Onde começa e até onde vai a selvajaria destes jovens?

:(

sexta-feira, outubro 17, 2008

Viceversa

Tengo miedo de verte
necesidad de verte
esperanza de verte
desazones de verte

Tengo ganas de hallarte
certidumbre de hallarte
pobres dudas de hallarte

Tengo urgencia de oirte
alegria de oirte
buena suerte de oirte
y temores de oirte

O sea,
resumiendo,
estoy jodido
y radiante

Quizá mas lo primero
que lo segundo
y también
viceversa

A belezas das letras, ou as letras em beleza (ou viceversa, não?)
Mario Benedetti é considerado um dos mais importantes escritores uruguaios da actualidade. [descoberto aqui]

quarta-feira, outubro 15, 2008

O síndrome da namorada do filho

Hoje a propósito do pânico manifestado por uma colega, lembrei-me de algumas frases que me parecem válidas para todos.

Não sei se as proferimos exactamente assim quando chegou o momento, mas sei que foi assim que as sentimos e... se connosco resultou... é capaz de também resultar convosco, amiga. É que afinal, no início a namorada do filho é tão difícil para a mãe, como a mãe do filho para a namorada, mas o papel de cada uma nunca se irá permutar e ambas constituem o complemento da vida dele.


Costumo chamar-lhe a síndrome da namorada do meu filho. É um fenómeno que visto à distância, me faz sorrir.


“Socorro, ele vive ao telemóvel, já não é o melhor aluno, não pára em casa e pior, aquela rapariga está afastá-lo da família, dos amigos, de tudo, é um verdadeiro monstro.”


“Sou um homem e sei muito bem o que faço. Que mania de se meterem na minha vida. Estou apaixonado, dão licença?!!!”

“Sabes, se nas aulas estiveres atento, precisarás estudar menos, sobra mais tempo para namorar e se conhecerem melhor, que tal?

Não precisas ser o melhor aluno, mas será bom garantir a entrada na universidade, não vais querer que ela entre e tu continues na escolinha. Quem sabe não entram na mesma? Era giro e ficavam mais perto!”

“Sabes, não precisas ter medo, isto não é um concurso. Ela nunca será minha mãe e tu nunca serás minha namorada. Mas a ti eu já conheço bem e amo-te incondicionalmente, a ela ainda estou a conhecer e… estou apaixonado, preciso tempo”

“Sabes, nós sentimos a tua falta e os teus amigos também. E tu tens tempo e espaço para todos, não tens?!”

“Sabes, ela ainda está insegura, como eu e como tu, tudo isto é novo para nós. Não é um ponto é só uma virgula, eu já volto quando lhe mostrar que tenho tempo e espaço para todos e eu próprio perceber isso”

“Sabes, estás a crescer muito depressa e isso assusta-me…”

“Sabes… a mim também, mas tu ajudas-me”


A era das sogras de bigode e das noras perversas está tão em desuso como as princesas angelicais e as madrastas malvadas.

terça-feira, outubro 07, 2008

Um momento bem disposto