segunda-feira, julho 23, 2007

A vida serve para foder, amar, e morrer...

Passamos a vida a tropeçar em desencontros, em chegar tarde de mais ao que queremos viver. Por isso é que vivo tudo o que me dá na real gana. Estes últimos anos foram prodigiosos, sinto que rejuvenesci... sim, porque o sexo renova.
A quantidade de flirts, noites com Harmony, e outras menos harmoniosas que passei, fazem-me saber bem o que quero... quero continuar a viver de uma forma despreconceituosa. A opinião dos outros sobre a minha vida é pouco relevante.
É bom saber que vou sempre a tempo de viver o que quero, porque o coração nunca se deve adiar.

domingo, julho 22, 2007

Poema com palavras usadas

( Tardei em responder ao meu próprio desafio... mas cá está!)

Mega & JB

Reconhecer o talento
Ocultar os disparates
Dinheiro excêntrico
Aplausos aos dislates

Coleccionador de nomes
Minha sombra, meu ego
Imperfeições sublimes
Sentimento sem apego

Fantástico é o poder
Libertar o criador
Fantástico é parecer
Essa a arte do sedutor

Público poderoso
Agir para o que for
Trabalhar e expor
Num museu fabuloso
_____________
Pedro Arunca
2007/07/22

domingo, julho 08, 2007

Quase...


"Pior que a convicção de um não
ou a incerteza de um talvez
é a desilusão de um "quase"
é o quase que me incomoda, que me entristece,
que me mata trazendo tudo o que poderia ter sido e não foi.
Quem quase ganhou, ainda joga
Quem quase passou, ainda estuda
Quem quase morreu, está vivo
Quem quase amou, nunca amou"
(Luís Fernando Veríssimo)
Muitas vezes penso nas coisas que quase fiz, nas palavras que quase disse, nos lugares onde quase cheguei, nas pessoas que quase conheci, nos desejos que quase realizei, nos momentos que quase vivi.
Não penso nelas como uma perda... na verdade, nunca cheguei a tê-las. Estive perto. Estive quase.
Nunca ninguém me disse que não as podia ter. Nunca ninguém me disse que não as merecia. Apenas me desencontrei de umas e cheguei tarde a outras.

Consigo lidar bem com as perdas definitivas. Sou Escorpião e, tal como dizem os astros, morro e renasço facilmente. Supero o que não é possível. Esqueço o que não está ao meu alcance.
Um não doi, magoa, fere... mas liberta-me e faz-me querer virar a página. Consegue ter em mim um poder regenerador, que me faz querer seguir em frente, mesmo que noutra direcção.

Já o talvez desafia-me, atiça-me, motiva-me. Saber que talvez possa ir por ali, ou por acolá... saber que talvez possa chegar onde quero... que talvez possa ser, sentir, viver o que desejo... deixa-me inquieta, ansiosa e desperta em mim uma teimosia sem limites.
O talvez incomoda, enerva, fervilha... mas tem um gosto doce de possibilidade, que só perderá ao transformar-se num não.

Mas o quase... deixa uma sensação de vazio. Vazio de algo que esteve próximo, mas não chegou a estar.
É um talvez que deixou de o ser, mas que nunca chegou a ser não. É um livro que perdi, sem ter acabado de ler.
Dizer que se esteve "quase a.." poderá parecer reconfortante. Afinal, significa que tentámos, que fizemos alguma coisa e que quase conseguimos. Não foi uma derrota imediata. Tivemos possibilidade e estivemos quase lá.
Quase... mas não chegámos a estar.

Não gosto dos quases que existem na minha vida. Não me libertam. Não me reconfortam. Pelo contrário, transformam tudo o que esteve quase... em quase nada.

sexta-feira, julho 06, 2007

Hey Joe...

O Pedro Arunca propôs-nos publicarmos aqui no "Pedaços de Nós" um texto retirado de um jornal, o qual ele irá utilizar como base de inspiração para construir um poema.
Vou transcrever um artigo de opinião do Fernando Marques, intitulado "Hey Joe...", e publicado no Jornal de Notícias do dia 01/07/2007.

Quando eu for rico como Joe Berardo e tiver uma colecção de arte ainda mais moderna e contemporânea do que a dele, hei-de lembrar-me que o dinheiro pode comprar aplausos para os meus disparates, mas jamais será capaz de ocultar as minhas imperfeições. Hei-de lembrar-me de não agir como dono do mundo, porque, querendo parecer o que não sou, serei exactamente aquilo que pareço uma ilusão.

Quando eu for excêntrico como Joe Berardo e quiser expor os meus valiosos tarecos artísticos num museu, hei-de lembrar-me que não fui eu que os fiz; e que, por isso, é inútil e ridículo emprestar-lhes o meu nome, oferecer-lhes a minha sombra, sobrepor-lhes o meu ego. Hei-de lembrar-me de os libertar do meu sentimento de posse, do meu apego, para que, destituídos de mim, exprimam o que realmente são.

Quando eu for poder como Joe Berardo, hei-de lembrar-me de designar as pessoas pelos seus nomes. Hei-de lembrar-me de não dizer "O homem não está a ser bem aproveitado, talvez até nem precise de trabalhar", como se esse homem sem nome - que, por acaso, se chama António Mega Ferreira e, por acaso, é presidente do CCB e, por acaso, é um criador e não um coleccionador - fosse apenas mais um objecto do meu acervo.

Quando eu for extraordinário, sublime, fantástico, belo e sedutor como Joe Berardo, hei-de lembrar-me de permitir que os outros sejam tão extraordinários, sublimes, fantásticos, belos e sedutores como eu. Por exemplo, hei-de lembrar-me de reconhecer o talento de Rui Costa e o direito que ele teve de cumprir o melhor da sua carreira fora do Benfica. E hei-de lembrar-me - apesar do tipo fabuloso que eu serei quando for extraordinário, sublime, fantástico, belo e sedutor como Joe Berardo - de pensar duas vezes antes de emitir juízos públicos sobre outras pessoas. Não porque isso pesasse realmente no curso próspero da minha vida. Apenas para evitar que eu, um homem tão rico, excêntrico, poderoso, extraordinário, sublime, fantástico, belo e sedutor como Joe Berardo, tivesse que andar sempre a pedir desculpas pelos meus dislates.

Pedro desejo-te boa sorte para esta iniciativa, e espero que o texto te inspire...

Texto original pode ser lido [Aqui]

quarta-feira, julho 04, 2007

Poema com palavras usadas

Não, não é uma campanha nem uma corrente. É um desafio a que me proponho. Só preciso que, pelo menos um dos inquilinos deste blogue, me forneça um, dois ou três textos (artigo, notícia, ensaio, etc) retirado(s) dum jornal e/ou revista conhecido(s) (DN, JN, Público, Expresso, etc).
A ideia é tentar construir um poema a partir das palavras usadas nesse(s) texto(s).
O(s) texto(s) deverá(ão) ser "postados" previamente (digitalizado se possível e mantido na posse do "postador").

Um abraço