domingo, setembro 24, 2006

"Chuva"

Para celebrar, tardiamente, o nosso aniversário convido-vos a ouvirem este pedaço da Mariza! Escutei-o pela primeira vez há dias e fiquei encantada!


As coisas vulgares que há na vida não deixam Saudade
Só as lembranças que doem ou fazem sorrir
Há gente que fica na história da história da gente
E outras de quem nem o nome lembramos ouvir

São emoções que dão vida à saudade que trago
Aquelas que tive contigo e acabei por perder

Há dias que marcam a alma e a vida da gente
E aquele em que tu me deixaste não posso esquecer

A chuva molhava-me o rosto gelado e cansado
As ruas que a cidade tinha já eu percorrera
Eu choro-te moça perdida gritava a cidade
Que o fogo do amor sobre a chuva há instantes morrera

A chuva ouviu e calou meu segredo à cidade
E eis que ela bate no rio trazendo a saudade

quarta-feira, setembro 20, 2006

Um calor de Verão

É a nostalgia do Verão, eu sei, mas lembrei-me do calor dele, e que me apaixonei. Mas nunca pensem que vos vou conto tudo...
Até agora nunca me vi a gostar de ninguém por interesse. Gosto porque sim... às vezes é o olhar que me prende, outras vezes são as mãos bonitas, ou a voz grave das palavras, que até podem ser leves. Gosto porque sim... acontece-me gostar, gosto e pronto, gosto... quero... tenho... quando corre bem é claro.
Eu vi-o, e fascinei-me logo. Uma tarde, ele passou por mim, e disse:
"Olá! Estremeci, ou foi a terra?"
Lindo, era lindo, tudo nele parecia perfeito.
Eu tinha prometido a mim mesma não voltar a envolver-me com rapazes abaixo dos trinta... mas agora rendi-me de novo aos mais novos. Não nos conhecíamos antes, e nunca mais nos voltaremos a conhecer. Foi um calor de Verão, que morre na praia, mas que incendeia o espírito, mesmo que não se queira.
Metemos conversa num bar, dançamos, beijámo-nos, e acabamos cansados de tanto prazer. Acho que até poderíamos acabar casados... mas para quê interromper o prazer?
Ele foi-se embora quando o sol já rompia o céu, e eu dormi sobre o assunto...

terça-feira, setembro 19, 2006

Eu aprendi

Eu aprendi
Que a melhor sala de aula do mundo está aos pés duma pessoa mais velha

Eu aprendi
Que ter uma criança adormecida nos meus braços, é um dos momentos mais pacificos do mundo

Eu aprendi
Que são os pequenos acontecimentos diários que tornam a vida espectacular

Eu aprendi
Que é o amor e não o tempo que cura todas as feridas

Eu aprendi
Que as oportunidades nunca se perdem, pois alguém vai aproveitar as que eu perdi

Eu aprendi
Que ser gentil é mais importante que estar certo

Eu aprendi
Que o dinheiro não compra a «classe»

Eu aprendi
Que ninguém é perfeito até que se apaixone por essa pessoa

Eu aprendi
Que deveria ter dito aos meus Pais o quanto os amava antes deles morrerem


Aprendam vocês também

segunda-feira, setembro 18, 2006

1º. Aniversário


Parabéns ao "Pedaços de Nós..."

terça-feira, setembro 12, 2006

Afinal somos ou não "piratas informáticos"?

É altura de acalmar o pânico das pessoas que estão preocupadas com os downloads que fazem no computador.
Quem faz downloads da Internet (música, filmes, fotografias) é apelidado de "pirata informático". Mas há uma grande diferença entre fazer downloads e desfrutar desses mesmos downloads no conforto da nossa casa, e de fazer downloads de filmes e músicas e ir vender para a feira, ou qualquer outro local. Quem lucra com estes negócios de downloads para vender posteriormente, é que deve ser apelidado de "pirata informático". Ou será que quando se gravava as telenovelas e filmes da televisão em cassetes, também se era chamado de "pirata da televisão"? É exactamente a mesma coisa. Em vez de se copiar da televisão, copia-se da Internet.
Em Portugal só há uma maneira de obrigar as pessoas a pagar multas ou indemnizações: o tribunal! Mas como o nosso computador é tão confidencial como a nossa conta bancária... Não há processo em tribunal, e sem processo em tribunal, ninguém nos pode pedir indemnizações, ou ter acesso ao nosso computador, ou "consultar" que downloads fazemos.
Neste momento, em Portugal não há nenhuma lei relativamente à pirataria informática. Da mesma maneira que não há qualquer precedente de tal situação. Todos aqueles anúncios que vemos no cinema, nunca deram em nada, nem nunca ninguém foi preso. São apenas campanhas!
Neste país nem uma pessoa que viola crianças vai presa, quanto mais nós que apenas fazemos uns downloads. Tirar músicas da Internet dá multa até 5000 euros!!! E andar a 120km/h dentro de uma localidade dá 500 euros. Passar um sinal vermelho menos que isso. Desencadear um acidente porque se bebeu demais fica-se sem carta. Acham justo? Tirar músicas da Internet é que é mau para a sociedade, e os perigosos somos nós, não?
Quem acham que perde com isto tudo? O terror instala-se, as pessoas começam a parar de fazer downloads, e a Internet em casa passa a ser usada para ver páginas e ler e-mails. Quem precisa de grandes velocidade para isso? Ninguém... assim começamos a cancelar a Internet, ou a passar para uma mais barata. E quem sofre? O fornecedor de Internet.
Há vários cantores e grupos de música nacionais que culpam a "pirataria" das baixas vendas que os seus álbuns têm no mercado. Por favor... metam a mão na consciência... quem é a pessoa com alguma inteligência que se vai meter a fazer downloads de músicas da Ágata? ou da Rosita? ou do Agrupamento Musical Diapasão? ou pior, do Iran Costa?

Ora vejamos:

Fim da Pirataria -> Menos Utilizadores da Internet -> Choque Tecnológico por água abaixo -> Portugal país cada vez mais atrasado a nível europeu

Fim da Pirataria -> Menos Utilizadores da Internet -> Menos lucros dos ISP's
-> PT apresenta prejuízo -> Portugal país cada vez mais atrasado a nível europeu

Fim da Pirataria -> Aumento dos Processos que se acumulam nos tribunais -> Justiça mais lenta -> Portugal país cada vez mais atrasado a nível europeu

Ok, concordo que os direitos de autor têm que ser protegidos. Mas não concordo que um simples CD de música cujo custo de fabrico ronda 1€, seja vendido por 15/20€, em que apenas cerca de 2€ vão para os artistas. E ainda têm a lata de chamar piratas a nós?
Não se deixem vencer pelo medo, nem pelas ameaças. Levem a vossa vida atrás do computador calmamente, não se castiguem por algo que não estão a fazer, e acima de tudo, não deixem que pensem que somos uma cambada de saloios e que nos podem meter medo!

segunda-feira, setembro 11, 2006

A Flor de Muguet

“Era uma vez um jardim maravilhoso, cheio de grandes tílias, bétulas, carvalhos, magnólias e plátanos.
Havia nele roseirais, jardins de buxo e pomares. E ruas muito compridas, entre muros de camélias talhadas.
E havia nele uma estufa cheia de avencas onde cresciam plantas extraordinárias que tinham, atada ao pé, uma placa de metal onde o seu nome estava escrito em latim.
E havia um grande parque com plátanos altíssimos, lagos, grutas e morangos selvagens. E havia um campo com trigo e papoilas, e um pinhal onde entre mimosas e pinheiros cresciam urzes e fetos.
Ora num dos jardins de buxo havia um canteiro com gladíolos.
Os gladíolos são flores muito mundanas. E aqueles gladíolos achavam que o lugar mais chique do jardim era esse jardim de buxo onde eles moravam.
… os gladíolos gostavam muito de ser gladíolos e achavam-se superiores a quase todas as outras flores.
Diziam eles que as rosas eram flores sentimentais e fora de moda e que os cravos cheiravam a dentista. Tinham grande desprezo pelas papoilas e pelos girassóis, que são plantas selvagens. E das flores da urze e das flores de tojo do pinhal diziam que nem eram flores.
Os gladíolos admiravam secretamente as camélias, mas não tinham muita consideração por elas: achavam que elas eram esquisitas e irritantes. As camélias são muito diferentes dos gladíolos: são vagas, sonhadoras, distantes e pouco mundanas. Estão sempre semiescondidas entre as suas folhas duras e polidas. Mas os gladíolos admiravam as camélias por elas não terem perfume, pois, entre as flores, não ter perfume é uma grande originalidade.
Mas as flores que os gladíolos amavam realmente, as flores por quem os gladíolos tinham uma admiração sem limites, eram as tulipas. Com as tulipas os gladíolos chegavam a ser subservientes e punham de parte a sua vaidade.
E o único desgosto da vida dos gladíolos era não serem tulipas. Porque as tulipas são caras, raras e muito bem vestidas. O seu feitio é simples, exacto e claro. As suas cores são ricas e sumptuosas. As suas pétalas são as pétalas mais bem cortadas e mais bem armadas que há no jardim.
Mas havia uma flor que os gladíolos detestavam. Era a flor de muguet.
O muguet é uma flor escondida. É uma flor pequenina e branca e tem um perfume mais maravilhoso e mais belo do que o perfume dos nardos.
Durante o Inverno ela dorme na terra debaixo das folhas secas e desfeitas das árvores. Dorme como se tivesse morrido. Mas na Primavera as suas longas folhas verdes furam a terra e crescem durante alguns dias até terem um palmo de altura. Então muito devagar as folhas vão-se abrindo e mostram à luz maravilhada as campânulas aéreas, brancas e bailarinas da flor do muguet. E o vento da tarde toma em si o perfume do muguet, leva-o consigo, e espalha-o no jardim todo.
Então tudo no jardim estremece e as grandes tílias e os velhos carvalhos e as flores recém-nascidas e as relvas e as borboletas dizem:
- É Primavera! É Primavera!
Só os gladíolos não gostam e dizem:
- Que flor tão exibicionista! Finge que se quer esconder, finge que é simples e humilde, finge que não quer que a vejam, mas depois transforma-se em perfume e espalha-se no jardim todo!
E à noite, quando vão à estufa visitar as begónias e as orquídeas, os gladíolos fecham a porta para não sentirem o perfume da flor do muguet.”

(Excerto de “O rapaz de bronze” de Sophia de Mello Breyner Andresen)

Tal como a Flor de Muguet, indiferente a uns, querida por outros, assim foi o meu sentir desde que carinhosamente fui conduzida a transpor a porta do “Pedaços de Nós”, com a finalidade de fazer parte desta família, até ao dia de hoje. Dia em que me despeço de todos vós com um sincero aperto no peito porque o tempo que me permiti aqui permanecer foi de uma incalculável e indescritível ajuda no meu crescimento como ser humano.
Mas, chegou a hora da partida… há uma decisão tomada e um novo caminho a seguir… segui-lo-ei…
Desejo não ter usado abusivamente deste espaço, nem ter melindrado quem quer que seja com as minhas palavras. Procurei deixar sempre em cada post que publiquei um mote para reflexão e/ou discussão, e em cada comentário que fiz um pedaço de mim, o meu humilde “perfume” que me caracteriza. Desejo, também, que o “perfume” exalado não me tenha caracterizado tal como os gladíolos adjectivaram a Flor de Muguet, o meu intento foi unicamente interagir e fomentar o dinamismo do espaço.
Art, neste momento só me resta pedir-te que cortes o cordão umbilical.
Bem-haja a todos pelos valiosos momentos de partilha.
Deixo um beijo a cada um de vós e o meu sentido e profundo agradecimento.
Até sempre!

domingo, setembro 10, 2006

Pela Paz


Este simbolo tem uma forte mensagem...
Quero que todos se entendam, porque o tempo não pára, nem volta atrás.

terça-feira, setembro 05, 2006

Nunca te detenhas...

Tem sempre presente que a pele se enruga,
o cabelo embranquece, os dias convertem-se em anos...
Mas o que é importante não muda;
A tua força e convicção não têm idade.
O teu espírito é como qualquer teia de aranha.
Atrás de cada linha de chegada, há uma de partida.
Atrás de cada conquista, vem um novo desafio.
Enquanto estejas viva, sente-te viva.
Se sentes saudades do que fazias, volta a faze-lo.
Não vivas de fotografias amarelecidas...
Continua, quando todos esperam que desistas.
Não deixes que enferruje o ferro que existe em ti.
Faz com que em vez de pena, te tenham respeito.
Quando não consigas correr através dos anos, trota.
Quando não consigas trotar, caminha.
Quando não consigas caminhar, usa uma bengala.
Mas nunca te detenhas!

(Madre Teresa de Calcutá)