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sexta-feira, julho 29, 2011

O Meu Olhar Sobre o Mundo

Santa Maria da Feira fica a sul do Porto, e é a cidade onde acontece o maior evento de recriação histórica medieval do País, da Península Ibérica, e um dos maiores da Europa.

Realiza-se todos os anos durante dez dias no centro histórico da cidade, e atraí por dia mais de 50 mil visitantes. É um projecto único pelo seu rigor histórico e dimensão, quer espacial, quer temporal, que envolve toda a população local, e não só, na sua realização. Todo o centro da cidade é tematizado, e até mesmo as lojas e bancos que existem no local têm um make over medieval.

Começou por se realizar apenas na zona do castelo, mas rapidamente se expandiu para todo o centro histórico e zona envolvente, ocupando actualmente uma área superior a 40 hectares. Consiste na recriação de episódios e acontecimentos que marcaram a história nacional da Idade Média. Nesta festa são montadas várias barracas que vendem produtos da época, desde comida, bebida e chás, até roupas, espadas e bijuterias.


Como acontece todos os anos, não poderia faltar à Feira Medieval, em Santa Maria da Feira. É impressionante como uma cidade inteira se mobiliza para realizar uma viagem histórica tão completa. Como sempre, comi numa das barracas onde o porco no espeto é cortado em pequenas fatias finas, misturado com um molho, e depois colocado num pão artesanal. Uma verdadeira delícia... Para complementar esta refeição tipicamente medieval, nada melhor que beber umas sangrias em copos de cerâmica. Terminei a noite comendo o tradicional pão com chouriço.


Todas as actividades, e cenários recriados são fantásticos, e cada vez que visito a feira fico sempre com vontade de lá voltar!!! Recomendo uma visita a esta feira no próximo ano. Penso que ninguém se irá arrepender. Eu voltarei para o ano seguramente, porque apesar de tudo, ainda há boas iniciativas empreendedoras neste país.

fotografias: Å®t Øf £övë
música: Moment of Surrender

terça-feira, fevereiro 08, 2011

O meu "Pedaço" # 26

Eu diria que o silicone é tão útil como o puré de batata de pacote, ou seja, há bocas que comem tudo e não percebem a diferença...

Ora se há quem não saiba nem pegar no garfo e na colher quanto mais nas delicadas mamas de uma gentil donzela!!!

Mamocas... Mamas... gosto da palavra, dá um sentido divertido à coisa. Eu acho mesmo que as mulheres têm mamas, não seios. Por exemplo, o bebé mama não seia... as mulheres fazem mamografia não seiografia... é mamilo, não seiílo...

Seio é uma palavra banal usada para quase tudo e tem uma componente muito "clínica". Todos nós já ouvimos expressões do tipo "no seio da família", ou "no seio do governo". Isto faz sentido? Aqui, seio quer dizer meio, e as mamas estão de lado... uma de cada lado.

A palavra mamas ou mamocas faz mais justiça ao significado, porque seios pode suscitar algum constrangimento da nossa parte, por ser uma palavra que nos remete para algo sagrado... que não se pode tocar... É frequente ouvirmos dizer em alto e bom som: "Mama aqui para ver se eu deixo!!!". Não se ouve dizer: "Seia aqui para ver se eu deixo!!!". Não tinha o efeito desejado...

Eu gosto de mamas... Não acho que seja paranóia minha. Enfim... mas se alguém acha que sim, está no seu direito. Nisto de mamas eu tenho o espírito democrático. Gosto delas independentemente se são pequenas, médias ou grandes.

Para mim continua a ser um mistério o formato delas... nunca percebi bem porque é que algumas mulheres as têm grandes e outras não. Porque é que há tantas formas e feitios. Talvez seja por isso que são tão fascinantes.

Acho que podemos comparar as mamas às impressões digitais. Não há um par igual ao outro. Humm... comparar mamas a impressões digitais!!! Parece-me uma comparação de gosto duvidoso. Eu respeito, e admiro muito esses belíssimos adornos com que as mulheres nos presenteiam. Sem elas... as mamas... o que seria deste mundo?

sexta-feira, janeiro 07, 2011

O Meu Olhar Sobre o Mundo

Foi aqui que tudo começou… foi aqui que nasceu Portugal…
Em Guimarães, também conhecida por cidade berço.

Guimarães é uma bela cidade, e merecedora de uma visita aprofundada. É uma cidade com ruas elegantes, onde podemos observar que as janelas e varandas das casas têm quase sempre bonitos arranjos florais, como que a darem as boas vindas a quem a visita.

O seu centro histórico é esplêndido, e possui uma área de esplanadas que nos permite usufruir de uma bela panorâmica de todo o centro da cidade. Claro que se impõem a visita ao Castelo e ao Paço dos Duques de Bragança, onde nos deparamos com a história, e com o local de onde verdadeiramente nasceu Portugal, às mãos de D. Afonso Henriques.


Não deixem também de dar um “saltinho”, de preferência através do teleférico, à Penha, porque vão deparar-se com uma vista deslumbrante sobre toda a cidade de Guimarães, bem como poder aproveitar os bonitos parques verdejantes, e os seus românticos recantos.


Em conclusão, eu diria que Guimarães é uma esplendorosa cidade que merece ser conquistada.

fotografias: Å®t Øf £övë

quinta-feira, junho 03, 2010

"Criar é como parir!"

A música e as palavras são a linguagem das emoções. A palavra pode ter som mesmo quando lida em silêncio. Um texto é uma sucessão de palavras de modo a expressar uma mensagem, ou uma informação, de quem o compõe para quem o recebe. Por vezes, a música e as palavras ficam de tal forma sincronizadas, que é difícil pensá-las em separado.

É o que me acontece cada vez que leio e oiço, tudo aquilo que o meu amigo Mitro Vorga escreve e compõe. E como forma de reconhecimento pelo seu talento, tomo a liberdade de partilhar com todos vocês a sua "Alquimia", ao som do seu "En Canto". Esta foi a forma que eu encontrei para agradecer a sua presença constante, e as palavras sempre amáveis que ele usa quando me visita e comenta.

E como "Criar é como parir!"... Enjoy...


Alquimia

Há substâncias que nenhuma química consegue ligar
Incompatibilidades, que ninguém consegue vencer
São como ventos contrários, numa vela esburacada
Quando querias que importasse, não importa nada

Há efeitos enganosos, miragens feitas pelo calor
Pensas que o que vês, é o que parece, e não é
Há caminhos, que nunca se deviam trilhar a pé
Ausências, que já não conseguem causar dor

Porque me perguntas se está tudo bem?
Se de facto me conhecesses, saberias
Que desapareço no contar dos dias
Que afinal, são os teus também...

Nesta química insuportável que nos separa
Há este desejo intenso de me aproximar
Contudo, há uma força que me pára
Uma alquimia retorcida de afastar


Texto e Música: Mitro Vorga

quarta-feira, abril 14, 2010

O meu "Pedaço" # 25

Tínhamos todos 20 anos nos anos oitenta.
Era o tempo da expressão "o que tu queres sei eu".

Felizmente nunca irão saber o que eu queria, nem o que andei a fazer naqueles anos que agora chamam de oitenta. Não são histórias que se possam contar, e muito menos voltar a acontecer. Eram tempos em que dava para fazer tudo ao mesmo tempo, sem se perder a sensação de que não se tinha feito nada, mas bem pelo contrário, de que ainda havia muito para fazer.

Os anos oitenta, foram uma década de puro divertimento. Era a música... a dança... a música de dança... e todos vocês são capazes de distinguir e imaginar, entre o que pode levar à dança, e ao que a dança pode levar...

Nos anos oitenta havia rapazes e raparigas... olhares, vontades, investidas, planos...
E não vale a pena esconder, esses rapazes fizeram-se homens, e as raparigas mulheres. E passaram a dar-se números de telefone, a dar-se "ares de graça", a dar-se desculpas...

Também nos anos oitenta havia projectos, havia problemas, e havia malandrice. Era o efeito desencaminhador... para o bom caminho.
Afinal aquela paródia ininterrupta que foram os anos oitenta valeu a pena...

sábado, março 13, 2010

O Meu Olhar Sobre o Mundo

Berlim é uma cidade bem particular...
Só mesmo indo a Berlim para nos apercebermos o quanto a cidade está carregada de história. Boa parte dessa história está reflectia na reconstrução, e na destruição de prédios, igrejas, monumentos ou bairros inteiros, que foram bombardeados durante a Segunda Guerra Mundial.


Houve um tempo em que a maior atracção de Berlim era a Igreja Memorial de Guilherme I, mantida de propósito no estado em que ficou depois dos bombardeios da Segunda Guerra Mundial. Hoje há tanta coisa para ver que chegamos a correr o risco de nos esquecermos dela…


A desconstrução é representada pelo Muro derrubado que reunificou a Alemanha novamente em 1989, e que ainda hoje permanece lá, embora na sua esmagadora maioria de forma invisível. Do Muro apenas resta uma linha assinalada no chão da cidade, e curtos pedaços preservados como relíquia histórica. A história que o Muro representa impressionou-me bastante porque eu vi acontecer pela televisão. É diferente de aprender uma história que aconteceu bem antes de eu existir, sei lá, parece-me uma coisa mais real.


Pariser Platz, em frente ao Brandenburger Tor, é o mais importante portal de Berlim. Antes da guerra, era o símbolo da paz, e depois da reunificação tornou-se no símbolo do nacionalismo alemão. O Memorial das Vítimas do Holocausto, é uma área grande, mais ou menos equivalente a um quarteirão, com 2.700 pedras escuras de tamanhos diferentes que fazem lembrar um cemitério. Mais à frente chega-se ao local onde se encontra o Bunker onde Hitler passou seus últimos dias. É um lugar completamente comum que foi aterrado e transformado num parque de estacionamento.


Ainda há o Checkpoint Charlie, que era um dos pontos de fronteira entre o lado americano e o lado soviético do Muro.
No lado Oriental da Alemanha é onde as coisas acontecem, onde estão os melhores museus, os monumentos restaurados, as novas construções, e a vida nocturna.


A descoberta da nova Berlim começa quando se sai da estação de metro de Potsdamer Platz e se dá de caras com o Sony Center, que é uma praça futurista delimitada por prédios disformes e coberta por um tecto de vidro. Há uns anos atrás lá só havia destroços do Muro de Berlim, cuja história se pode conhecer numa exposição permanente em frente à praça, onde ainda existem fragmentos do Muro intactos.



As ruas mais comerciais de Berlim são a Französischer Strasse e Friedrichstrasse. A rua da noite institucionalizada, com restaurantes e bares, é a Oranienburger Strasse. É um bom local para experimentar a autêntica comida alemã, a currywurst (salsicha levemente temperada com curry), e que é famosa na cidade. E, claro, não se esqueçam de experimentar a maior quantidade possível de cervejas!!!
O facto é que gostei muito de Berlim. Foram dias muito bem aproveitados.


fotografias: Å®t Øf £övë
música: Der Anfang Vom Ende

sexta-feira, janeiro 01, 2010

Primeiro dia do resto do ano

Hoje é o primeiro dia do resto deste ano, e por isso vou fazer uma associação que não sei se combina bem para todos, mas que aos meus olhos combina na perfeição - falo de sexo/amor versus imagem/fotografia.

Sempre que possível gosto de ver associadas as imagens e as palavras... e vice-versa. Ambas as sinto frequentemente como arte, como aquilo que vivo, que me perturba, e enlouquece. Em resumo... tudo aquilo que amo.

Hoje à fantástica imagem da Maria, Simplesmente, junto as palavras do também ele sempre magnifico Flávio Gikovate.


É comum ouvir dizer que, depois de alguns anos, a vida sexual dos casais se torna extremamente tediosa e repetitiva. A freqüência das relações costuma diminuir, regredindo para um encontro físico por semana, no qual as pessoas cumprem o "dever conjugal" ou "batem o ponto" – linguagem derivada da atitude displicente que têm alguns funcionários públicos. Muitos homens completam seus anseios sexuais pelo contacto com outras mulheres que não as esposas. E existem mulheres que também agem desta maneira. Mas a maior parte delas acomoda-se à situação, por achar que "a vida é assim mesmo" e voltam-se para interesses diferentes, principalmente para os filhos.

Costuma-se dizer que o desejo sexual é transitório: alimenta-se da novidade e depende muito da conquista, de modo que o que já foi conquistado perde quase totalmente a graça. Em parte, isso é verdade. Mas a experiência ensina-nos também que existe um bom número de casais que mantém uma vida sexual rica, excitante e divertida por vinte, trinta, quarenta anos seguidos. O fundamental é tentar entender por que isso acontece e extrair daí algumas lições úteis para que a maioria das pessoas possa desfrutar das delícias eróticas por toda a vida.

Mais importante do que saber por que o desejo desaparece em tantos casais é entender as razões pelas quais ele permanece em outros. Quero referir-me apenas aos "bons casamentos" – aqueles em que há uma dose decente de afeição recíproca e, principalmente, uma atitude mútua de respeito e consideração. Sim, porque nos "maus casamentos" a vida sexual tende a esvaziar-se por razões sentimentais. Um homem ou uma mulher que se sinta sempre humilhado(a) e rejeitado(a), ou que seja tratado(a) com grosseria e autoritarismo, tem o "dever" de desenvolver uma aversão física pelo(a) agressor(a).

Na maioria dos casos, é isso o que ocorre e, não raramente, é o início do fim do casamento. Existe uma excepção: aquela na qual o agressor – um homem ou uma mulher – pode provocar permanentemente a incerteza e o ciúme do parceiro. E o ciúme é um poderoso afrodisíaco, pois mobiliza inseguranças pessoais e tendências competitivas e de disputa. Ninguém quer se mostrar menos competente que um eventual rival.

A minha impressão é a de que o factor erótico que se alimenta de novidades e se cansa com a repetição é unicamente o que deriva da excitação visual do homem. O rapaz casa-se e, no início da convivência, pode ficar excitado apenas ao ver a sua mulher nua. Isto é coisa que costuma desaparecer logo, muito antes dos sinais de envelhecimento físico da companheira, não estando associado a esse facto. Aliás, a importância da visão, como elemento de excitação masculina, diminui com o passar do anos, até mesmo em relação às outras mulheres que não as próprias esposas. A excitação vai se tornando mais dependente dos carinhos e do toque. Quer dizer que o aspecto táctil se torna cada vez mais influente. Na mulher é assim desde o início da vida adulta. Ela excita-se ao se perceber desejada e, principalmente, ao ser acariciada de um modo adequado.

É preciso, portanto, que os próprios homens saibam que o que está a acontecer é absolutamente normal. Do contrário, eles terão a impressão de que já não têm mais o mesmo interesse pela esposa, o que não é verdadeiro. Eles necessitam agora, exactamente como as mulheres, de mais agrados e carícias físicas para terem excitação sexual. Depois que surge a erecção, tudo ocorre como no passado. Claro, desde que a vida em comum seja de razoável entendimento e consideração mútua.

O desejo não se esvai, ele modifica-se. Deixa de ser visual e torna-se essencialmente táctil. A mulher deve entender que isso não significa que ela está a ser menos amada – apenas não desperta mais aquele impacto visual que ainda ocasiona nos outros homens. E não adianta nada trocar de marido. A história se repetirá com o próximo. Às vezes, eu penso que, com o passar dos anos, a visão vai sendo substituída pela imaginação e pelo prazer que se tem ao perceber que o parceiro é participativo em todo o tipo de intimidades eróticas.

terça-feira, dezembro 15, 2009

O meu "Pedaço" # 24

Viver também pode ser estarmos sempre à procura daquilo que não temos. É por isso que quando se vive afogado no meio de mulheres lindas, a beleza pode vulgarizar-se, e só um olhar especial, ou umas mãos de seda nos conseguirão arrancar da letargia que essa abundância nos pode provocar.
Quando a conheci ou ela não era assim... ou então foi o meu amor por ela que a transformou naquilo que hoje é aos meus olhos...

sexta-feira, setembro 18, 2009

O "Pedaços de Nós" faz 4 anos!!! ACREDITAM?!



Parabéns ao "Pedaços de Nós"

Parabéns a todos nós...



Faz hoje 4 anos que começamos este "livro" de nós mesmos, em que temos convivido e participado todos os dias ao longo de todo este tempo. Este blogue tem sido um espaço de todos que nele participam, ou participaram, onde têm sido partilhados pensamentos profundos, sonhos, receios, aspirações... enfim pedacinhos de cada um de nós.

Tenho que agradecer a todos os colaboradores, amigos, seguidores, e eternos anónimos que diariamente têm feito com que o "Pedaços de Nós" continue a existir, e a fazer sentido. O "Pedaços de Nós" não é com toda a certeza o blogue mais comentado, nem o mais visitado, mas para todos nós é o realizar de um projecto, e de um sonho... o escrever o que nos apetecer sem mentir a nós mesmos.

O "Pedaços de Nós" está aqui para durar...

À semelhança do que tenho vindo a fazer todos os anos, também este ano vou fazer um agradecimento público e personalizado a todos aqueles que se foram mantendo mais participativos por me parecer inteiramente justo esse reconhecimento e agradecimento. O meu muito obrigado pelo grande contributo e empenho, e os meus Parabéns muito especiais para:


terça-feira, agosto 04, 2009

Retalhos daquilo que leio...

A cada blogue que leio dedico todo o meu carinho, e dou também um pouco de mim a cada um. Encontro sempre algo nas palavras dos outros que fazem reacender a minha chama, que tantas vezes se encontra numa quase ausência de luz. Isso acaba por me fazer reflectir, reencontrar-me e rever-me, como se a minha alma se olhasse a um espelho e se expandisse...

Hoje partilho com vocês pedaços de palavras, de ideias, de sentimentos, de emoções, de vida, e de imagens... que a Maria, Simplesmente cria através das suas palavras e imagens, emprestando-lhes cor, ritmo e movimento... e que sem ter que se explicar, indirectamente nos consegue acender em muitas das nossas noites e momentos, a chama e o brilho duma estrela...


"What is this???!!!"


Um contratempo, podem crer!...
A meio dum trabalho o meu computador disse-me que não sairia dali tão cedo. Como um louco e apesar de ver o meu desespero para terminar um trabalho urgente, resolveu pura e simplesmente "amuar".

Teimosamente, por mais que eu lhe suplicasse que se mexesse porque desejava ter o trabalho concluído na parte da manhã do dia seguinte, nem resposta me dava, ainda para mais, sem atenção à minha fraca capacidade económica e sem olhar à crise instalada nas minhas algibeiras, que se sabem esvaziar mas esquecem-se de encontrar uma forma de se encher, acabou por fazer o que pensou e foi meter-se numa clínica de manutenção de beleza, onde foi desventrado e durante oito dias não tentou saber de mim. A ingratidão afinal não faz parte somente do ser humano.

Isto leva-me a pensar que dentro dele também existe algo mais que desconheço, sentimentos frios e vingativos, levando-o a fazer-me pagar todo o trabalho a que o tenho sujeitado. Vingança fria, bem estudada, levando-me até ao desespero.

Depois do técnico sair, fui ver o que me deixou e ao abrir o saco onde vinha guardado tudo o que lhe tiraram do seu interior, num relâmpago a imaginação levou-me até uma cidade virtual, e não digo a um mundo virtual, porque infelizmente ou felizmente, nem todo o mundo tem acesso a tudo o que ali se encontra.

Cidade global é sim. Ali tens tudo, nada te falta, sentado confortavelmente encontras o que necessitares, arte, música, informação, telefones, contactos, ciência, cinema, rádio, tudo o que possas imaginar e desejar, vindo de perto ou de muito longe, de lugares que nem conheces, muitos que nem sabias que existiam, por onde podes viajar à vontade, e que te dão um conhecimento que de outra maneira não poderias ter e por vezes utilizas mal, outras vezes ficas preso e a sonhar, até amigos novos podes conhecer, uns que poderás conhecer pessoalmente outros... serão sempre virtuais.

Mas atenção uns serão a realidade, outros... sonhos e outros ainda poderão estar à tua espera para te tramar. É uma cidade virtual que se oferece à tua imaginação, que a pouco e pouco irás construindo e explorando como um paraíso onde gostarias de viver, onde todos, hoje e cada vez mais, se vão refugiando, até porque à medida que os sonhos se transformam em pesadelos, é procurado por uma humanidade que se sente cada vez mais solitária.

Perguntas: "What is this???!!!"
É o meu... ou o teu computador...

quarta-feira, julho 29, 2009

O meu "Pedaço" # 23

A infidelidade pode ser como uma armadilha que inicialmente nos abraça, e que depois acaba por nos estrangular.

Não há nada melhor do que a própria infidelidade para acabar com uma relação, mesmo que esta acabe por se ir mantendo ao longo dos anos, isto porque acaba por ficar sempre no ar a pairar uma nuvem de desconforto, mesmo que seja bem camuflada por mentiras bem articuladas com fundos de verdade.

A infidelidade, mesmo que mais ninguém repare, é como uma nódoa, que só se torna visível para as pessoas que estão dentro da própria relação. Está sempre ali, ao alcance dos nossos olhos, e dificilmente lhe conseguimos desviar o olhar...

sexta-feira, julho 03, 2009

Adivinhem quem vem para jantar...


Estaria muito longe da realidade?
Começo por confessar que não tenho a mínima intenção de fazer o dito...
Nunca os achei apelativos. Gosto de olhar para a blogosfera como um local onde publico textos, e onde gosto de ler textos dos outros... apenas isso. E através deste processo acabo por criar laços com determinados blogues. Nos blogues não se vêem caras nem corações, mas consegue-se o mais importante que é criar afectos através das palavras e dos pensamentos, e deixar tudo o resto para o nosso imaginário.

Mas confessem lá se não seria um jantar memorável?

Onde - Um restaurante muito em conta
Quando - Uma noite da semana passada (quarta? quinta? o que é que isso interessa?)
Quem - Todos nós aqui do "Pedaços" (aquilo a que os senhores da restauração chamam um grupo: mais de dez, e menos de vinte)
Porquê - Ninguém faz a mínima ideia
Como - É aqui que as coisas se tornam interessantes, como se perceberá ao acompanhar o relato imaginário, quase minuto a minuto, à maneira dos sites de futebol. Então seria assim:

20:37 - Olhando para a porta do tal restaurante muito em conta, ainda só estão três macacos à porta. O resto da malta ao que parece encara de forma um bocadinho elástica a expressão 20.30h.

20:52 - Lá vão chegando todos a conta-gotas, ou será aos "Pedaços"... alegres, atrasadíssimos... tão portugueses...

21:00 - Entram no tal restaurante muito em conta com a meia hora da praxe de atraso.

21:08 - Sentam-se, e vão abrindo os pacotes miniatura de manteiga, comendo umas entradas, e ninguém se atreve a fazer a pergunta: "Será que ele vem mesmo?"

21:10 - Sem se conseguir conter, alguém faz a pergunta que está no espírito de todos os presentes: "e então, acham que ele vem mesmo?". As pessoas disfarçam, e fingem olhar para a televisão, mas como sempre há alguém que não resiste e desdobrando o guardanapo e colocando-o no seu colo, ousa responder: "É melhor esquecerem... desde já vos digo que ele não vem. Olhem lá, por que é que não vêem o que ele estará a publicar no blogue dele a esta hora?". Faz-se um enorme silêncio, e só se ouve um leve murmúrio das pontas dos dedos, matraqueando suavemente os ecrãs dos telemóveis, iPhones, iPhods, e afins...

21:32 - Começam a chegar os primeiros pedidos: costeletas de encher o prato, bacalhau com natas...

21:35 - E eis que ele aparece. E como que por magia o tal restaurante muito em conta parece que sofre uma descarga eléctrica, enchendo-se de luz, com todos os nossos olhares apavorados centrados naquela "coisa"... Sim, "coisa" é a melhor palavra, para classificar aquilo que tinhamos diante dos nossos olhos.

Vou então resumir a "coisa" da forma mais minimalista que me seja possível. Uma verdadeira mistura de Jean-Paul Gaultier e Dolce & Gabbana: sapatos com tacões agulha de dez andares com uma cobertura de cristais, um casaco metalizado com fechos dourados, umas calças cor fúschia, um gorro, e como cereja no topo do bolo... um crachá preto com letras vermelhas, que diz: "Eu sou o Å®t Øf £övë".

21:38 - A tal "coisa" vira-se para nós e diz: "Boa noite a todos. Vou só ali à casinha. Já volto."

22:10 - Sai do WC transfigurado. Algumas pessoas já vão na sobremesa, e há mesmo quem já peça os cafés. Impávido, senta-se, e consulta o menu...

22:50 - A imprevisibilidade do acontecimento não termina aqui, mas o que se estaria para passar nos próximos 40 minutos, torna-se inenarrável... e como S.Tomé... só mesmo estando lá para ver...

23:08 - O massacre continua. Ele não pára, não abranda, não larga...

23:21 - Bocas caladas. Apenas o barulho do multibanco a imprimir papéis para os que pagam com cartão. O silêncio é semelhante ao que se segue às grandes tragédias, tipo sismos, maremotos, apocalipses...

23:34 - Rituais de despedida...

23:37 - As luzes começam a apagar-se dentro do restaurante muito em conta. Por muito subtil que seja, o que os empregados estão a fazer, repetindo vezes sem conta "Boa noite, boa noite, até à próxima", é enxotar-nos. E enxotados saímos para a rua, à espera do flash que eternize este memorável jantar.

23:49 - E agora, tchanan, tchanan, tchanan, eis a fotografia de grupo, tirada por um dos empregados de mesa (o mais paciente dos seres humanos, garanto-vos), imagem que desvenda por fim o que faltava desvendar:


E vocês? Imaginavam-me... Imaginavam-se... assim?

sábado, junho 06, 2009

Por Ti... Com os Meus Olhos

Já não é a primeira vez que vos digo que gosto de espreitar por esta janela, porque é de onde ao longe eu vejo romãs, e onde apesar da ventania, as sílabas são sempre inventadas e reinventadas... por ela através dos seus olhos e das suas palavras...

Já foste a paixão
das minhas horas
desmarcadas,
já foste a precisão
incompleta,
a inacabada
loucura de um verbo.

Já foste o desenho
da minha vida
e a voz mansa
dos meus sonhos.

Foste tudo.

Hoje és a desilusão
perfeita do caos.


Por Ti... Com os Meus Olhos - Março 2009

Depois de "Canela e Erva Doce" e "Golpe de Asa", chegou agora a hora de Paula Raposo editar o seu terceiro livro de poesia "Nevou este Verão".

Paula Raposo nasceu em Lisboa, decorria o ano de 1954. Chegou a frequentar a Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, mas não passou do primeiro ano. Interrompidos os estudos, foi trabalhar para um banco; trabalho que deixou em 1987, para trabalhar num escritório de contabilidade. Hoje em dia, concilia a sua carreira de escritora e poetisa com actividade que continua a desenvolver nesse escritório.

A sua poesia é livre, sem deslumbramentos formais no que respeita a métrica e rima, contendo em si uma contemplação constante, um encanto místico, onde o amor está sempre presente. A autora (in)define-se numa só frase: "Não sou definível, sou apenas uma mulher como as outras". (Magna Editora)

quarta-feira, maio 13, 2009

O meu "Pedaço" # 22

“O meu amor é tão forte, que o devias sentir. Tinhas a obrigação…”
“Quem te disse que não sinto?”
“Pois, mas se sentes e nada fazes…”
“Tenho medo!”
“Medo?!? Medo do quê???”
“Medo.”
“É normal, mas a vida é mesmo assim, e é preciso vivê-la, não?!?...”
“Pois. Mas não sei que fazer.”
“Achas que estás melhor assim, que estamos melhores assim?”
“Não sei. Já não sei muito…”

quarta-feira, abril 22, 2009

Momentos Especiais

Quem nunca se emocionou ao ser surpreendido com um bolo de aniversário? Quem nunca reparou no brilho especial dos olhos de um aniversariante diante do seu bolo? E quem não teve o seu coração partido ao ter que cortar um pedaço de um bolo tão bem decorado assim?

Várias são as emoções que envolvem os momentos especiais, e em todas elas o bolo tem um papel muito importante, principalmente quando todos se reúnem para festejar. O bolo tem o poder de representar o aniversariante... ou qualquer que seja o motivo a ser comemorado...

Deliciem-se!!!


Mais uma vez quero deixar aqui o meu reconhecimento público à Visible Silence, porque foi ela através [deste post] que me fez partilhar com todos vocês este pedacinho do meu eu.

domingo, março 22, 2009

O Meu Olhar Sobre o Mundo



Fui conhecer um pouco do México, mais propriamente a Riviera Maya que se encontra situada na península de Yucatãn. Apanhei dias bons, mas também a habitual chuva tropical, que quando cai é forte, mas que as elevadas temperaturas fazem com que nunca se torne desagradável. Os Mexicanos são um povo simpático e incansável na tentativa de que tudo seja maravilhoso.

Foram dias fantásticos com muita praia, muita piscina, muito bronze, muito descanso, e muita cultura... Estive em belíssimas praias de areia fina e águas de um azul límpido. Óptimas piscinas onde nunca faltava animação nem bebida. Soube-me pela vida... água a 22ºc!!!



O México está cheio de locais de história milenar e cheia de cultura. Aprendi tanta coisa sobre os Mayas... a sua matemática e sistema numérico, a astronomia, os símbolos, a praça das mil colunas, os campos de jogos dos prisioneiros, o cenote sagrado, a pirâmide de KuKulkan, Chichen Itza, Coba, Tulum...
A minha curiosidade aumentou à medida que fui aprendendo tanto sobre um povo que vai perdendo as suas raízes, mas que efectivamente ainda existe...



A visita a Xcaret também foi "obrigatória", porque se trata de um parque temático onde se passa um dia de puro divertimento mesclado de cultura. Tem um rio subterrâneo, onde é possível termos a experiência única de deslizar por águas frescas e transparentes, e simultaneamente observar o seu fundo repleto de fauna marinha e vida selvagem, com muitos peixinhos coloridos e tartarugas gigantes, o que me tornou num verdadeiro fã de mergulho.

Por fim, e já cansado, mesmo assim valeu a pena assistir a um espectáculo nocturno de duas horas de cultura Maya e Mexicana verdadeiramente excelente, cheio de música, sons, e ritmos.

Também não faltaram as compras e as visitas nocturnas a Cancun, onde tive a oportunidade e a felicidade de ter estado naquela que considero a melhor discoteca em que já entrei até hoje, e olhem que não foram tão poucas assim, onde o conceito de animação nocturna é excelente, e para o qual ainda não conheço semelhança.

Ficaram a faltar fazer algumas coisas, mas o tempo e os dólares não esticam. Ficam para a próxima... sim porque vai haver próxima, porque este é um dos locais onde vale mesmo a pena voltar... With or without you...

fotografias: Å®t Øf £övë
música: With or Without You

sexta-feira, março 06, 2009

O meu "Pedaço" # 21

Diz-me porque é que me queres dar a chave do teu quarto, se não queres que eu entre e te ame, mas apenas queres que eu te tenha mais uma vez... e por um momento?

Ligas-me toda romântica a dizer que estás triste por partires amanhã de manhã bem cedo!!! Dizes-me que às vezes sentes a minha falta quando estás nos teus momentos de solidão!!! Perguntas-me se eu não me sinto só também!!!

Respondo-te com toda a delicadeza... Não podemos continuar tão apegados, por isso vamos procurar viver vidas separadas. Consegui resistir, e deixar-te partir... Perdi o amor que sentia por ti, o mesmo amor que tu nunca demonstras-te teres sentido por mim.

Não há forma de nos reconciliarmos. Assim tu podes reconstruir aquela parede que te faz sentir sempre mais forte e distante. Tu não tens o direito de me perguntar como é que eu me sinto. Talvez um dia eu te possa encontrar, e olhar-te nos olhos, mas por agora vamos continuar a viver vidas separadas.
É tão fácil o amor levar à solidão...

sábado, fevereiro 21, 2009

O Meu Olhar Sobre o Mundo

A neve é divertida
A neve é branca
A neve é fofa
A neve é leve
A neve é fria

A neve parece sal
A neve parece açúcar
A neve parece farinha
A neve parece espuma
A neve parece chantilly

Eu gosto de neve!!!

Gosto da Serra da Estrela, com ou sem neve, mas sobretudo com neve, porque não há nada como a neve para nos suavizar, tornar mais doces, e termos a verdadeira noção da plenitude. A Serra da Estrela não é só Torre, há também as aldeias, os trilhos, a fauna, a flora, a geologia, as paisagens, e as populações.

Gostei de subir à Serra, porque quanto mais andávamos, mais lindo se tornava... e com -5ºC... tornou-se lindo abrir a porta do carro, que estava quentinho, e sentir aquele ar de cortar a respiração... geladíssimo. Apanhamos chuva, trovoada, sol, nevoeiro, granizo, e finalmente... neve. Houve um pouco de tudo para todos os gostos. Um espectáculo impressionante... um privilégio.

A grandiosidade da Serra da Estrela está em tudo... no tamanho, no ambiente, no ar, na gastronomia, no artesanato... e em tudo o que faz deste lugar, um lugar único. A Serra da Estrela transporta-nos para a vida tradicional das pequenas aldeias, para a riquíssima gastronomia, repleta de enchidos, e claro o famoso queijo da serra. No artesanato temos todos aqueles casacos de pele que nos fazem ter vontade de os trazer a todos.

É bom conhecer o outro lado do nosso país de mar. Conhecer o lado serrano, dos queijos, pastores, compotas, histórias, e castelos. A Serra da Estrela é tudo isto, e muito mais... é um óptimo destino.

fotografias: Å®t Øf £övë
música: Encosta-te a Mim

segunda-feira, janeiro 26, 2009

Eu me confesso...

Tenho uma enorme lacuna... Eu não gosto de poesia, não sou um apreciador fácil de poesia. Gosto de algumas coisas, gosto daquelas que me tocam, e que leio ao acaso. São umas coisas [daqui], outras [dali], e não tem a ver com estilos. É que o meu sentido artístico no que diz respeito à poesia não é nada apurado... é um problema...

Mas de vez em quando encontro poemas e autores que se entranham em mim, e ficam para sempre... e ocasionalmente transpiram para fora...
Basicamente, sei o que me toca e o que não me toca...


Eu vou estar sempre aqui.
E tu sabes onde,
sabes onde me encontrar.
Eu não fugi, eu permaneço.

Deixo adormecer-me sem ti,
porque tenho que dormir.
Fico onde estou, porque
sei que virás um dia.

Não quero que me percas de novo.
Por isso fico. E espero.
Calmamente.
Como se fosse inevitável,
cruzarmo-nos de novo.

E vou ser tua, vou possuir-te.
vou poder amar-te, só mais uma vez.
Relembrar, recomeçar, reviver.
E ficarmos os dois, assim,
como um só, numa nuvem
que se evapora e, não volta.

Ventania de Sílabas - Setembro de 2008


Paula Raposo tem editados dois excelentes livros de poesia: "Canela e Erva Doce" e "Golpe de Asa".
Eu sigo atentamente tudo o que ela publica nos seus diversos blogues há pelo menos uns três anos. Se puderem "espreitem" os seus espaços, porque como a Paula Raposo diz, por lá vão encontrar "um turbilhão de sentimentos... uma tempestade..."

Desenho de António F. Santos

sábado, janeiro 03, 2009

O meu "Pedaço" # 20

Naquele tempo eu sentia-me sufocado...
As tuas surpresas... os teus telefonemas... a tua presença constante...
Os nossos sorrisos... os nossos suspiros... os nossos olhares cúmplices...
Não resisti...
Conseguiste-me fazer esquecer de tudo...
Como me tornei frágil...
Perdemo-nos um com o outro...
Tantas portas... tantos caminhos... tantas estradas... tantas janelas...
E não conseguimos encontrar uma saída!!!

A nossa amizade hoje angustia-me.
Fugi do teu olhar, antes que me afogasse.

Fui então acusado de cobardia, e nunca fui compreendido.
Fui acusado de não ter lutado... e tu... será que tu não deverias ter lutado também?
Fui acusado de não ter esperança, e nisso talvez tenham razão, porque apaguei todas as luzes logo após te ter negado a possibilidade de entrada na minha vida.

Os meus pés decidiram parar antes que me perdesse de vez.
Desde esse dia tentei arranjar novos sonhos... compartilhar novos planos...
Saí pela porta dos fundos quando não havia ninguém a olhar.
Vagueei falsamente distraído, à procura de ouvir os sons do silêncio e nada mais.

Apaguei os teus sorrisos da minha memória.
Rasguei-me ao meio e deitei metade fora.