quarta-feira, maio 31, 2006

29 Regras para bem escrever

E porque a nossa comunicação se faz através da escrita, façamos um esforço e aprendamos a escrever.
Encontrei, nas minhas, muitas, viagens nocturnas pelo mundo das palavras, estas regras básicas para bem escrever; como achei ser de extrema importância, para nós pretensos aspirantes a mensageiros através da escrita, aqui fica a partilha:

1. Deve evitar ao máx. a utiliz. de abrev.
2. É desnecessário fazer uma opção superlativa quanto ao estilo, empregando um estilo de escrita demasiadamente rebuscado. Tal prática advém de um excessivo esmero a raiar o exibicionismo narcisista.
3. Anule aliterações altamente abusivas, o mais possível!
4. não esqueça as maiúsculas no início das frases.
5. Evite lugares-comuns como o diabo foge da cruz.
6. O uso de parêntesis (mesmo quando for relevante) é desnecessário.
7. Estrangeirismos estão out; palavras de origem portuguesa estão in.
8. Evite o emprego da gíria bué da vezes, mesmo que pareça nice.
9. Palavras de baixo calão podem transformar o seu texto numa merda.
10. Nunca generalize: generalizar é um erro em todas as situações.
11. Evite repetir a mesma palavra, pois essa palavra vai ficar uma palavra repetitiva. A repetição da palavra vai fazer com que a palavra repetida desqualifique o texto onde a palavra se encontra repetida.
12. Não abuse das citações. Como costuma dizer um amigo meu: "Quem cita os outros não tem ideias próprias".
13. Frases incompletas podem causar
14. Não seja redundante, não é preciso dizer a mesma coisa de formas diferentes, isto é, basta mencionar cada argumento uma só vez, ou, por outras palavras, não repita a mesma ideia várias vezes.
15. Seja mais ou menos específico.
16. Frases com apenas uma palavra? Jamais!
17. A voz passiva deve ser evitada.
18. Utilize a pontuação correctamente o ponto e a vírgula especialmente será que já ninguém sabe utilizar o ponto de interrogação
19. Quem precisa de perguntas retóricas?
20. Conforme recomenda a A.G.O.P, nunca use siglas desconhecidas.
21. Exagerar é cem milhões de vezes pior do que a moderação.
22. Evite mesóclises. Repita comigo: "mesóclises: evitá-las-ei!"
23. Analogias na escrita são tão úteis como chifres numa galinha.
24. Não abuse das exclamações! Nunca! O seu texto fica horrível!
25. Evite frases exageradamente longas, pois estas dificultam a compreensão da ideia nelas contida, e, por conterem mais do que uma ideia central, o que nem sempre torna o seu conteúdo acessível, forçam desta forma o leitor a separá-la nos seus diversos componentes, de forma a torná-las compreensíveis, o que não deveria ser, afinal de contas, parte do processo da leitura, hábito que devemos estimular através do uso de frases mais curtas.
26. Cuidado com a hortografia, para não estrupar a língúa portuguêza.
27. Seja incisivo e coerente, ou não.
28. Não fique escrevendo no gerúndio. Assim vai deixando o seu texto pobre e causando ambiguidade, ficando com a sensação de que as coisas ainda estão acontecendo.
29. Outra barbaridade que deve evitar é usar muitas expressões que acabem por denunciar a região onde mora, carago!

terça-feira, maio 30, 2006

Formas de ver a vida


É um facto com suporte cientifico e que muitos homens confirmam

segunda-feira, maio 29, 2006

O meu "Pedaço" # 9

Sofrer é fodido porque o amor é fodido.
Mas como foder o sofrimento?
Fazendo sofrer os outros?
Já experimentei.
Não resulta!!!...

domingo, maio 28, 2006

"Diário da tua ausência"

“Quando se ama alguém, tem-se sempre tempo para essa pessoa. E se ela não vem ter connosco, nós esperamos. O verbo esperar torna-se tão imperativo como o verbo respirar. A vida transforma-se numa estação de comboios e o vento anuncia-nos a chegada antes do alcance do olhar. O amor na espera ensina-nos a ver o futuro, a desejá-lo, a organizar tudo para que ele seja possível. É mais fácil esperar do que desistir. É mais fácil desejar do que esquecer. É mais fácil sonhar do que perder. E para quem vive a sonhar, é muito mais fácil viver.”

Principia desta forma, a belíssima narrativa deste livro:

“Imagina que te escrevo em voz baixa. Falamos sempre baixo quando queremos que acreditem nas nossas palavras. E tudo o que aqui escrevo é verdade.
Escrevemos porque ninguém ouve. Escrevo-te porque estás longe, numa cidade onde o nevoeiro roubou o ar ao sol e as pessoas pensam mais do que sentem. Se ao menos estivesses aqui ao meu lado, passava-te a mão pela nuca, puxava-te ligeiramente os caracóis e então tu fechavas os olhos de prazer e eu sentia-te próximo. Mas isso agora não é possível…”

“Espero por ti porque acho que podes ser o homem da minha vida. E espero por ti porque sei esperar, porque nos genes ou na aprendizagem da sabedoria mais íntima e preciosa, há uma voz firme e incessante que me pede para esperar por ti. E eu gosto de ouvir essa voz a embalar-me de noite antes de, tantas e tantas vezes, te encontrar nos meus sonhos, e a acalentar-me de manhã, quando um novo dia chega e me faz pensar o quão longa e inglória pode ser a minha espera.”

Quando estou aqui sentada, a namorar o mar e a escrever este diário por ti e para ti, porque é mesmo para ti, meu querido, longínquo e quase impossível amor, sinto-me feliz e não me sinto só. Sei que a minha crença inabalável, a minha energia amorosa e o meu desejo eterno por ti irão alcançar-te e tocar-te de alguma forma. Não me perguntes como, mas sinto que é possível. Gosto de acreditar que tenho o dom de tornar realidade as minhas ficções. E, neste momento, tu és a minha mais bela ficção, um sonho que acalento como uma criança que cresce, sabendo que a espera será grande, será arriscada e ninguém sabe se será frutífera. O objectivo não é o mais importante, mas sim o caminho que se percorre para o alcançar.
Somos nós, com os nossos passos, que vamos fazendo o nosso próprio caminho. Há quem corra demasiado depressa e perca a alma no trajecto, há quem mude de ideias e arrisque um atalho, há quem não saiba escolher a melhor direcção quando chega a uma encruzilhada, há quem deixe pedras pelo caminho para não se perder, se precisar de voltar para trás.
Não sei que espécie de caminhante sou, para onde vou, não sei. Nem sei para onde vais. Nem tu sabes. Pode ser que um dia acordes com uma luz nova, uma força desconhecida que te vai trazer até mim… Sei que há uma força estranha que me faz correr para ti, embora nunca, em nenhuma circunstancia, corra atrás de ti, porque não posso, não me é permitido interferir no teu destino e mudar o curso da tua vida. Isso, terás que ser tu a fazê-lo, por ti e para ti, se assim o entenderes. Será que sentes a mesma força? Quero acreditar que sim, mas no fundo começo a sentir que não…”
A polémica, infundada ou não, de plágio, em que se viu envolvida esta escritora, na verdade, quanto a mim, não minimiza o valor desta obra, que considero de excelente qualidade.
Gosto de ler, gosto muito de ler. Sempre que passo perto de uma livraria não deixo de entrar, adoro sentir o cheiro dos livros. Passeava por entre eles para distrair o espírito, quando ao longe avistei uma original encadernação que me chamou a atenção. Aproximei-me e ao ler o título que dá nome ao livro, de facto aquele teria que ser meu. “Diário da tua ausência”, tem tudo a ver com o meu presente momento de vida.
Aquando da minha criação, na distribuição de talentos, não fui contemplada com o dom da palavra, nem tão-pouco com a capacidade de colocar nas palavras as minhas emoções. Parece-me que traduzidos por palavras, os meus sentimentos ficam muito longe do que na realidade são ou sinto.
Este livro poderia e dá voz ao meu sentir. Estas poderiam ser as palavras que eu escreveria ao meu Amor se tivesse a faculdade de o conseguir. Nele está descrito, tão incrivelmente bem, o amor que eu sinto pelo meu Amor ausente.
Disseste-me: “Marcaste a minha vida." ”Sussurrando-te” ao ouvido, por entre soluços, pois as emoções que teimo em aprisionar no meu coração, por vezes tomam vida própria e soltam-se, respondi-te: “E tu mudaste a minha vida!” A verdade é tão-somente esta!
Eu espero, eu sei esperar… ainda que esse dia que espero não chegue nunca, eu vou esperar!
Alguns chamar-lhe-ão obsessão, eu chamo-lhe… Amor!

sábado, maio 27, 2006

"Cancro da mama"

Actualmente o cancro da mama é uma crua realidade em todo o mundo. Tendo a sua incidência aumentado de forma regular, durante a segunda metade do século passado, agora ataca cerca de uma mulher em cada dez e reclama vários milhares de vidas. É verdade que, se detectado e tratado logo de início, a taxa de cura é muito alta - até 95% dos casos - mas muitas mulheres continuam a desenvolver o cancro da mama avançado, com toda a dor e angústia que isso envolve. A notícia mais encorajadora na entrada deste novo milénio talvez seja que, nalguns países, a taxa de morte por cancro da mama esteja a diminuir.

O cancro mais comum nas mulheres

Cancro é um termo genérico aplicado a várias doenças distintas, mas relacionadas, todas caracterizadas pela malignidade, ou, por outras palavras, pelo crescimento e desenvolvimento incontrolado de células anómalas. O cancro da mama, que é a malignidade mais comum na mulher, representa cerca de 24% dos casos de cancro. No mundo ocidental, atinge uma mulher em cada dez, com meio milhão de novos casos ocorridos por ano, só na Europa.

Apesar dos avanços no diagnóstico e tratamento, o cancro da mama continua a ser a primeira causa de morte das mulheres entre os 35 e os 55 anos e a segunda entre as mulheres de todas as idades. Calcula-se que, só na Europa, o cancro da mama é responsável por mais de 100.000 mortes por ano.

Sendo raro antes dos 30 anos, o cancro da mama tem mais probabilidades de se desenvolver à medida que a idade avança, embora a taxa de crescimento abrande nas mulheres que atingiram a menopausa. Há numerosos factores de risco conhecidos, nos quais se incluem: história familiar da doença; envelhecimento; exposição aos agentes cancerígenos e não ter filhos (nuliparidade) ou maternidade tardia (primeiro filho depois dos 30 anos). Além disso, uma vida menstrual longa, resultado de uma menarca precoce ou de uma menopausa tardia, aumenta o risco de cancro. Finalmente, alguns investigadores acreditam que a obesidade, uma alimentação rica em gorduras, a ingestão excessiva de álcool e o uso de medicamentos contendo estrogénios (terapêutica de substituição hormonal ou pílulas anti-concepcionais) podem aumentar o risco de cancro. No entanto, em cada cinco mulheres com o diagnóstico de cancro da mama, quatro não têm factores de risco conhecidos.

Se a doença é detectada e tratada cedo, antes de ter tido hipóteses de progredir (metastizar) e desenvolver-se até ser um cancro da mama avançado, a taxa de sobrevivência pode chegar a 95% - um argumento poderoso a favor do aumento do conhecimento acerca do cancro da mama e do aperfeiçoamento dos programas de rastreio.

De forma encorajadora, os resultados do tratamento para o cancro da mama avançado estão a melhorar fortemente, por estarem disponíveis novos tratamentos sofisticados. Neles estão incluídas várias combinações de cirurgia, radioterapia, terapêutica hormonal, quimioterapia com um único agente ou em associação, e recentemente, o tratamento com anticorpos monoclonais.

Aconselho vivamente a digressão pelos sites Roche sobre Saúde, um mundo de informação e esclarecimentos sobre várias doenças.

quinta-feira, maio 25, 2006

"Perturbações no equilíbrio dos ecossistemas"

“Os nossos antepassados encaravam a Terra como rica e generosa, o que na realidade é. Muitas pessoas, no passado, pensavam também que a natureza era inesgotável; o que hoje sabemos é que só o será se cuidarmos dela. Não é difícil perdoar a destruição do passado, que resultou da ignorância. Mas, hoje, temos a capacidade e a responsabilidade de a proteger, antes que seja tarde demais.”

Dalai Lama (Prémio Nobel da Paz, em 1989)

Desde os primórdios da sua existência, que o Homem procura respostas para questões que coloca sobre os vários tipos de catástrofes que se abatem sobre o nosso planeta.
Catástrofe natural é qualquer acidente que ocorra sem intervenção directa do Homem e que coloque em perigo a existência da Vida.
As catástrofes naturais, que afectam mais intensamente a vida humana, são as actividades sísmica e vulcânica, as tempestades, as inundações, as secas e os incêndios.
Na sua maioria, as catástrofes naturais estão associadas à desflorestação, à urbanização excessiva e ao aquecimento global.
O Homem, agente perturbador dos ecossistemas, causa directamente, com a sua actuação, catástrofes, como, as explosões, a guerra, o terrorismo e a poluição. Entende-se por poluição a degradação do meio ambiente pela sociedade tecnológica.
Designa-se fonte de poluição qualquer actividade que liberte, para o meio ambiente, materiais ou substâncias prejudiciais aos seres vivos.
Os derrames petrolíferos, por exemplo, constituem uma das principais fontes de poluição dos oceanos. A lavagem dos contentores e dos porões dos petroleiros contaminam as águas, bem como o petróleo derramado na sequência de acidentes com estes barcos, que originam as marés negras. Mas o Homem perturba, também, o equilíbrio dos ecossistemas ao descarregar para os rios, mares e oceanos a maioria dos resíduos que produz, como, por exemplo, produtos químicos e resíduos industriais vários. Estas descargas, sem qualquer tratamento ou controlo, originam a morte de muitos seres vivos e, muitas vezes de alguns ecossistemas.
É urgente uma maior tomada de consciência dos problemas ambientais pela sociedade, já que a água é indispensável à Vida.

As relações entre os diversos ecossistemas terrestres e respectivos biótipos são tão estreitos que a poluição de uns afecta, igualmente, todos os outros.
O ar é fundamental para a sobrevivência da Humanidade. No entanto, sem qualquer cuidado, o Homem tem poluído a atmosfera, alterando a sua composição. O aumento do efeito estufa, o aquecimento global, o buraco do ozono e as chuvas ácidas são consequências da interferência negativa do ser humano nos ecossistemas.

O efeito estufa

O efeito estufa é um fenómeno resultante da retenção, na atmosfera, do calor reflectido pela superfície terrestre.
Uma parte da radiação solar incidente na superfície da Terra é devolvida à atmosfera, sob a forma de calor. O dióxido de carbono, o metano, o vapor de água, outras substâncias gasosas e partículas sólidas absorvem grande quantidade desse calor, impedindo que se dissipe para o Espaço. Por esta razão, a atmosfera aquece.
Nos últimos anos, verificou-se um aumento da concentração de poluentes na atmosfera. O efeito de estufa aumentou, provocando o aquecimento global.
Está provado que o dióxido de carbono é responsável por cerca de metade do aquecimento global e as principais causas do aumento de metade da sua concentração, na atmosfera, são o uso de combustíveis fósseis, os incêndios e o desbaste das florestas tropicais.
O aquecimento global poderá ter consequências graves para a Humanidade, já que:
- pode originar a subida do nível dos oceanos (os gelos polares começarão a fundir e o nível médio das águas do mar subirá, submergindo zonas costeiras nas quais se situam algumas cidades e a maioria das terras férteis do planeta);
- pode provocar alterações climatéricas (algumas zonas do globo terão muito mais chuva, outras, incluindo os terrenos agrícolas do hemisfério norte, terão muito menos);
- inúmeras espécies extinguir-se-ão, em consequência das alterações climáticas.

O buraco na camada de ozono

Em Maio de 1985, a revista Nature anunciou que três cientistas ingleses descobriram um buraco na camada de ozono, sobre a Antárctica.
O Prémio Nobel da Física, em 1995, foi atribuído aos cientistas que descobriram os agentes que causam a diminuição da camada de ozono.
A camada de ozono situa-se na estratosfera, entre os 12 e os 50 km de altitude e protege os seres vivos das radiações ultravioleta, procedentes do Sol.
Os CFC (clorofluorcarbonetos) são os principais responsáveis pela destruição da camada de ozono, já que, devido à sua composição química, reagem facilmente com o ozono (O3).
Sabe-se que qualquer forma de vida é sensível à radiação ultravioleta e que existe uma relação directa entre estas radiações e o cancro.
As radiações ultravioleta também inibem a actividade do sistema imunitário humano. No mar, são uma ameaça para as algas e para o plâncton, base das cadeias alimentares marinhas, o que implica uma diminuição no número de peixes.
Apesar da utilização dos CFC ter diminuído, estas substâncias, com uma longevidade de mais de 50 anos, continuam a destruir a camada de ozono.
Para que a utilização dos CFC cesse, é necessário, a nível mundial, promover uma política de desenvolvimento sustentável, que permita, principalmente aos países subdesenvolvidos, parar com a sua utilização, já que a atmosfera é de todos nós.
Textos e imagens do livro de Ciências Físicas e Naturais - "Descobrir a Terra"
E porque o Planeta é de todos nós... apelo à reflexão...

quarta-feira, maio 24, 2006

"A morte é passagem para a vida definitiva"

A morte é sem dúvida motivo de preocupações. Negá-la como facto é difícil. Admitir as perplexidades que a cercam é quase uma virtude. Querer fugir à realidade de que, ela assusta, é arriscado.
A morte amedronta?
Alguém sempre me dizia: "Se a morte é descanso, prefiro viver cansado". Eu ria, mas, percebi que, de facto, a morte é, existe e representa, sim, a única e definitiva certeza da vida. Por isso prefiro falar e pensar nela através da poesia, porque assim a morte fica até um pouco mais bonita, mais desejada, mais compreensível, e mais aceitável...

A morte, essa descrença enganosa,
esse medo connosco desde o nascimento,
quase crónica doença,
perde todo o seu segredo
só quando chega o momento
de com ela conviver.

Parece, então, corriqueira,
a verdade verdadeira,
do seu lugar neste mundo:
- Não é feia, indesejada,
não se ama nem se odeia!
É um conselho fecundo
e mais uma companheira
connosco junto, na estrada
que às vezes cansa ou enleia!

Ah! a morte!
É ponte, meio ou passagem
onde termina a viagem
por estes páramos plebeus.
Para os bons, é a certeza
do encontro da realeza
no doce aconchego de Deus.

Não conhecia pessoalmente o Fernando Bizarro, do blog Fraternidade, apenas trocámos alguma correspondência através de e-mail, mas tinha-o como um Amigo aqui da blogosfera, e é sempre dolorosa a partida de um Amigo, principalmente quando essa partida é efectuada de uma forma irreversível – o seu desaparecimento físico. Então, nada mais nos resta senão honrar a presença da sua memória...

Dia 23 de Maio foi seguramente um dia triste para mim...

terça-feira, maio 23, 2006

Dias que passam...

Dias que passam sem que nos consigamos fazer ouvir, tentativas de comunicação que falham... quantas vezes repetidas? Aqui no blog como na vida, nem sempre as palavras se concretizam em ideias claras e inequívocas... Quantas horas passadas a berrar para surdos, quantas cartas escritas a quem não conhece a nossa língua, quantas boas intenções enchem infernos por esse mundo fora?

Obrigada àqueles que me quiseram "dar voz" aqui, neste espaço vosso, e agora também um bocadinho meu... é bom voltar a ver-vos...

segunda-feira, maio 22, 2006

Um pedaço... de Pessoa...

"Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não esqueço de que a minha vida é a maior empresa do mundo.
E que posso evitar que ela vá à falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um "não".
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo..."

Fernando Pessoa


... Há muito tempo atrás comecei a guardar todas as pedras do meu caminho e hoje começo "a construir o meu castelo"... Por isso não terei muito tempo livre para estar presente neste espaço tal como ele merece.
Beijos e felicidades para todos!!

:o))

domingo, maio 21, 2006

"Liberta-me"



DIREITOS DOS ANIMAIS


Artigo 1º
1. Todos os animais nascem iguais perante a vida e têm os mesmos direitos à existência.

Artigo 2º
1. Todo o animal tem o direito de ser respeitado.
2. O homem, enquanto espécie animal, não pode atribuir-se o direito de exterminar os outros animais ou de os explorar, violando esse direito. Tem a obrigação de empregar os seus conhecimentos ao serviço dos animais.
3. Todos os animais têm direito à atenção, aos cuidados e à protecção do homem.

Artigo 3º
1.
Nenhum animal será submetido a maus-tratos nem a actos cruéis.
2. Se a morte de um animal é necessária, esta deve ser instantânea, indolor e não geradora de angústia.

Artigo 4º
1.
Todo o animal pertencente a uma espécie selvagem tem o direito de viver livre no seu próprio ambiente natural, terrestre, aéreo ou aquático, e a reproduzir-se.
2. Toda a privação de liberdade, incluindo aquela que tenha fins educativos, é contrária a este direito.

Artigo 5º
1. Todo o animal pertencente a uma espécie que viva tradicionalmente em contacto com o homem, tem o direito a viver e a crescer ao ritmo das condições de vida e liberdade que sejam próprias da sua espécie.
2. Toda a modificação do dito ritmo ou das ditas condições, que seja imposta pelo homem com fins comerciais, é contrária ao referido direito.

Artigo 6º
1. Todo o animal que o homem tenha escolhido por companheiro, tem direito a que a duração da sua vida seja conforme à sua longevidade natural.
2. O abandono de um animal é um acto cruel e degradante.

Artigo 7º
1. Todo o animal de trabalho tem direito a um limite razoável de tempo e intensidade de trabalho, a uma alimentação reparadora e ao repouso.

Artigo 8º
1.
A experimentação animal que implique um sofrimento físico e psicológico é incompatível com os direitos do animal, quer se trate de experimentações médicas, cientificas, comerciais ou qualquer outra forma de experimentação.
2. As técnicas experimentais alternativas devem ser utilizadas e desenvolvidas.

Artigo 9º
1. Quando um animal é criado para a alimentação humana, deve ser nutrido, instalado e transportado, assim como sacrificado sem que desses actos resulte para ele motivo de ansiedade ou de dor.

Artigo 10º
1. Nenhum animal deve ser explorado para entretenimento do homem.
2. As exibições de animais e os espectáculos que se sirvam de animais, são incompatíveis com a dignidade do animal.

Artigo 11º
1. Todo o acto que implique a morte de um animal, sem necessidade, é um homicídio, ou seja, um crime contra a vida.

Artigo 12º
1. Todo o acto que implique a morte de um grande número de animais selvagens é um genocídio, ou seja, um crime contra a espécie.
2. A contaminação e destruição do ambiente natural conduzem ao genocídio.

Artigo 13º
1.
Um animal morto deve ser tratado com respeito.
2. As cenas de violência nas quais os animais são vítimas, devem ser proibidas no cinema e na televisão, salvo se essas cenas têm como fim mostrar os atentados contra os direitos do animal.

Artigo 14º
1. Os organismos de protecção e salvaguarda dos animais devem ser representados a nível governamental.
2. Os direitos dos animais devem ser defendidos pela Lei, assim como o são os direitos do homem.

Esta declaração foi proclamada em 15 de Outubro de 1978 e aprovada pela UNESCO, e posteriormente, pela ONU.


Escutem este apelo e vejam a apresentação “Free Me”, uma das apresentações sobre sofrimento animal mais vistas.

quarta-feira, maio 17, 2006

Sentimento... Razão... Decisão...

O meu filho mais novo tem seis anos. É uma criança muito querida, cheia de vida, tem um ar satisfeito e muito feliz. Muito atento a tudo o que o rodeia, questiona-me constantemente querendo saber a razão de tudo e não aceita qualquer justificação ou explicação. Enquanto permanecer nele alguma dúvida, sou alvo de um questionário ininterrupto e inteligente que exige de mim toda a compreensão e maturidade para lhe responder em conformidade com a sua tenra idade.
Todos os dias vou busca-lo à escola, aparece sempre a correr de mochila às costas e com um enorme sorriso.
Naquele dia, aproximou-se de mim a passos lentos e o seu rosto tão triste que de imediato percebi que algo não correra bem naquela manhã.
Beijei-o, peguei na mochila tão pesada para tão franzino ser e pausadamente questionei-o:
- Estás bem, amor?
- Sim, estou! – respondeu-me. Tão-somente estas palavras!
Aumentou a minha preocupação. E avancei cautelosamente:
- Correu bem a aula, hoje? Aprendeste coisas novas?
- Correu bem, mamã, correu tudo bem!
Inquietei-me, o seu estar sereno e as suas escassas palavras só me confirmavam a suspeita de que havia acontecido algo de muito forte que abalou profundamente a minha criança.
- Zangaste-te com os teus amigos?
- Já te disse que correu tudo bem, mamã!
Calei-me perante a sua resposta. Dirigimo-nos ao carro, calados, como nunca fizemos! Ele tem sempre tanto que contar, sobre a aula, as brincadeiras e conversas com os amigos, que parece que não nos vemos há uma infinidade de tempo! E naquele dia, estava completamente mudo.
O percurso da escola a casa é pequeno, conduzia em silêncio e o meu pensamento fervia de inquietação! De repente a sua vozinha fez-se ouvir:
- Mamã, estou apaixonado!
Ai Deus, nem sei como não estanquei o carro naquela avenida!
Os meus olhos quase rebentaram de tanto abrirem perante a perplexidade daquela afirmação tão convicta do meu filho! Fiquei sem palavras!
- Apaixonado, amor?! – nem sabia que pensar quanto mais perguntar!
O meu filho apaixonado?!? Com seis anos?!? Que sabia ele do significado de paixão?!?
Respondeu-me:
- Sim mamã, gosto da Cristina e queria que ela fosse minha namorada!
Proferiu aquelas palavras tão convictamente, aliadas a um comportamento tão sério que não me deixou margem para qualquer dúvida… o meu petiz estava “apaixonado”!
- Amor, já lhe disseste que gostas dela? – perguntei-lhe.
- Sim, já. Mas ela disse-me que já tem namorado!
Eu estava literalmente petrificada agarrada ao volante!
- Até fiz um desenho para ela… ainda não o acabei, ainda não tive tempo…
Não sabia que lhe dizer! Seis anos, ele só tem seis anos!
- Olha, meu amor, tu ainda és muito pequenino, a Cristina também, tu vais crescer e vais conhecer outras meninas…
Não me deixou fomentar mais a minha opinião, interpelou-me de imediato:
- Eu sei mamã, mas eu gosto da Cristina…
- Está bem amor, não penses agora mais nisso, não fiques triste, amanhã dás-lhe o teu desenho, vais ver que ela vai ficar muito contente contigo. Ela é tua amiga, não é?
- É, mamã. – e calou-se novamente.
Naquele dia não voltámos a falar sobre aquele assunto.
No dia seguinte, de novo no percurso para casa, perguntou-me ele:
- Mamã, podemos falar daquilo de ontem?
Por momentos, nem me lembrava a que assunto se referia, mas rapidamente ele me recordou:
- Da Cristina, mamã. Já acabei o meu desenho…
- Já? E que desenhaste, amor?
- Um coração grande!
Eu não podia crer no que estava a ouvir, nem na conversa e tema que estava a travar com o meu filho tão pequenino!
- Deste o desenho à Cristina? Ela gostou?
- Não mamã, não dei… - e por breves instantes calou-se… retomou o quase monólogo, pois eu não conseguia emitir um som que fosse!
- Mostrei-lhe o meu desenho, ela gostou, pediu-me que lhe desse o meu coração… mas eu não dei… não dei, nem vou dar… vou guardar no meu quarto, na gaveta da minha secretária e disse-lhe que só lho dou quando ela gostar um bocadinho de mim, quando ela quiser ser minha namorada…!


Desde muito cedo, desde sempre o ser humano é confrontado com os seus próprios sentimentos, estes inatos, e as decisões a tomar na sua conduta de vida.
A vida é uma escolha constante. É a obrigatoriedade permanente de decidir entre isto e aquilo, entre fazer ou não fazer, entre ir ou ficar, entre ser ou não ser,…
Nesta luta interior, nesta obrigação que nos impõem, ou que nos impomos, temos que escolher! Aliado ao já de si angustiante processo de escolha, acresce o factor sentimento, sempre presente.
Quantas vezes o sentimento se sobrepõe à razão e fazemos, dizemos e decidimos o que conscientemente sabemos incorrecto?!
Saber decidir pesando os prós e contras é difícil, doloroso, aterrador, por vezes!
Mas há decisões a serem tomadas! E temos que as tomar racionalmente, temos que ser objectivos, precisos… inteirarmo-nos concretamente do que queremos e mais importante ainda, saber o que não queremos para nós!

domingo, maio 14, 2006

Boas-vindas

Mary Brooks e J.L.Cirne de Castro, novos membros da família "Pedaços de Nós".
Que este continue a ser um espaço de convivência, de aprendizagem, de ensinamento, em resumo, um espaço de partilha de ideias, pensamentos, historias de vida, emoções, sentimentos...
Que perduremos a edificação da nossa família com os nossos "Pedaços".
Em meu nome e com toda a certeza em nome de todos nós, sejam bem-vindos.

sábado, maio 13, 2006

Sugestão...

Para variar, gostava de mais uma vez sugerir uma música que tem tudo para ser ouvida, apreciada e com uma letra deveras sugestiva.
A música é dos " Deep Dish: In love with a friend..."
Espero que gostem tanto como eu...

I'm in love with a friend
Going on a week
I'm in love with a friend
I can hardly speek

I can read between the lines
And I can read between the shits
In my passion you will find
My face is red as beet...'cause

I'm in love with a friend
I don't know what to do
I'm in love with a friend
And That friend is you

Be surprised by my remark
For they surprised me too
If I weren't shooting in the dark
I'd be as confused as you
But I'm in love

All that you've told me
All that we've been through
If we end up together
What would my friends say to you?

I'm in love with a friend
I don't know what to do
I'm in love with a friend
And that friend is you

Be surprised by my remark
For they surprised me too
If I weren't shooting in the dark
I'd be as confused as you
But I'm in love...

quarta-feira, maio 10, 2006

Sou feliz assim... e ele também...

Gosto de observar os homens casados. Gosto de os ouvir bater com a aliança na mesa enquanto me ouvem... enquanto os ouço.
Gosto de homens que não são casados comigo, e a quem nunca terei que dizer - "Ou ela, ou eu!".
Gosto também de lhes tirar a aliança com a boca... isto é na parte em que já não estamos a conversar à mesa...
Muita gente que conheço ainda se indigna com a hipótese de um homem casado se apaixonar. Como se o casamento os tivesse que castrar. Como se os filhos lhes roubassem o direito à paixão. Eu, sou de um tempo que ainda está para vir, porque vivo sem condenação, nem penitência.
Se digo que alguém casado é bonito, ouço logo - "Olha que ele é casado".
E eu respondo - "E depois? Não tem direito de ser feliz?".
Nunca vi na cobiça alheia um afrodisíaco. O que for das outras, será delas enquanto lhes for possível. Já sobrevivi à partilha de intimidade roubada, e dói, evidentemente, mas há pessoas neste mundo para nos mostrar o fracasso da nossa relação.
Se o meu "homem" passou a ser o "homem" da minha amiga, é porque alguma coisa não estava bem, não me interessa verdadeiramente saber quem assediou quem, porque é sinal de que os dois precisavam um do outro.

Eu conheci-o no trabalho, e ele até era um rapaz simpático e atento... e nós sabemos que a atenção está para o amor como a curiosidade para a inteligência, mas nunca a desenvolvemos...
Reencontrámo-nos anos depois, ele casado... eu sozinha. Ele quase feliz com a vida que tinha... eu quase feliz com a independência que era só minha.
Um dia, à mesa, com o brilho do "ouro" no dedo quase a cegar-me, perguntou-me se eu tinha alguém. Eu disse que não, e corei... sabe-se lá porquê!!!
Ele não sabia com quantas pessoas eu "durmo"... e eu não sabia quantas vezes ele tinha sexo. Mas sei que gosta... e eu também gosto...
Aos trinta anos, descobri esta forma invulgar de amor... sem posse, nem desconfiança. Sem hipóteses de nos trairmos, porque já vivemos na traição.
- "E o sexo?" - alguém me perguntou.
O sexo é bom cada vez que é nosso. É suave, quando em nós há uma vulnerabilidade acumulada (há quem lhe chame saudade), e ficamos neste espaço apertado, que é o meu sofá, a mexermo-nos tão devagarinho, comandados pelo calor, e pelo ardor do encontro. Depois adormecemos meia hora, e logo a seguir, ele vai embora.
Se eu sou feliz assim, e ele também, quem nos pode condenar?

terça-feira, maio 09, 2006

Desassossego...

Fui ver uma peça de teatro que considero como algo verdadeiramente desassossegante, isto porque se trata de uma comédia sexual... que usa uma linguagem gritante... aconselho!!!
- DESASSOSSEGO -

Sinopse: Uma mulher (a Teresa) que ama e odeia ao mesmo tempo um homem... Coisas, do passado!...
A outra (a Célia) já teve um relacionamento com o mesmo, mas não sentiu nem sente nada por ele... no entanto não sabe o que sente pela Teresa!...
O homem (o Manel), que é o passado... de ambas!... Bem, esse é... Um pouco egoísta, demasiado distraído, em suma não se interessa pelos promenores de uma relação.
Na sequência de acontecimentos e peripécias confusas, cria-se um relato teatral sexual que usa uma linguagem gritante. Um enredo divertido abordando as relações amorosas através de conflitos de orientação ou desorientação sexual e até existenciais! Um triângulo interessante dentro de um apartamento... Duas mulheres e um homem... Uma série de cenas paralelas entre o espaço e o tempo, monólogos, flashbacks e diálogos com humor nonsens...
Esta comédia não é de "partir a moca a rir" mas promete desassossegar o público, diverti-lo, comove-lo, choca-lo e demove-lo da monotonia.

domingo, maio 07, 2006

Dia da Mãe

Com três letrinhas apenas

Se escreve a palavra Mãe

É das palavras pequenas

A maior que o mundo tem


Abençoadas sejam, todas as Mães do mundo

sexta-feira, maio 05, 2006

Uma pequena reflexão...

Li algures...
Recordo que na altura pensei: “Aqui está uma verdade!”, naquele instante dei àquelas palavras, àquela reflexão, uma atenção momentânea e mínima, apenas a necessária e suficiente para a apreciar e inconscientemente memorizar.
Facto é que, não foram efémeras palavras lidas e esquecidas… e, de alguma forma, têm-me ajudado…
“ É impossível afastar as más recordações...
Mas... podemos criar recordações novas!
Recordações boas...
As boas recordações podem salvar-nos a vida!”