quarta-feira, maio 13, 2009

O meu "Pedaço" # 22

“O meu amor é tão forte, que o devias sentir. Tinhas a obrigação…”
“Quem te disse que não sinto?”
“Pois, mas se sentes e nada fazes…”
“Tenho medo!”
“Medo?!? Medo do quê???”
“Medo.”
“É normal, mas a vida é mesmo assim, e é preciso vivê-la, não?!?...”
“Pois. Mas não sei que fazer.”
“Achas que estás melhor assim, que estamos melhores assim?”
“Não sei. Já não sei muito…”

domingo, maio 10, 2009

Acho que nos perdemos mais do que nos encontramos

A busca da nossa felicidade é algo constante,
passamos a vida a procurar algo que nem sabemos muito bem o que é.
E nesta busca tentamos muitas vezes moldar-nos , buscar aceitações em sítios que não valem a pena.
Esquecemo-nos que já somos felizes e o pior é que perdemos pedaços de nós!
Perdemo-nos em conversas banais e nos olhares de reprovação de cada um,
perdemo-nos ao abdicarmos de nós em função de alguém,
perdemo-nos quando dizemos que sim quando é não,
perdemo-nos na ilusão do amanhã, porque não damos valor ao hoje...
Reflecti e acho que nos perdemos mais do que nos encontramos.

sábado, maio 09, 2009

porque um dia não há tempo...

Não te preocupes com isso, tens tempo quando cresceres, dizia o pai.

Para quê essa corrida, tens tantos anos à tua frente, reforçava a mãe.

E ela acreditou, convenceu-se que assim era. Tinha muito tempo para viver!

Passaram dias, semanas, meses, anos. De repente, sem pré-aviso, sem ao menos um sinal, viu o tempo futuro escondido. Perdeu-se a memória do tempo passado. Deixou de ser dona do tempo presente.

Desalmada, tresloucada, sôfrega, tentou agarrá-lo, puxá-lo a si, abraçá-lo, numa ânsia intemporal de quem sente o tempo escassear. Sem tempo a perder, valeu-se de todas as armas que o pouco tempo lhe dava. Aproveitou cada milésimo de tempo do tempo que viveu. Arriscou cada minuto, fosse qual fosse o tempo a chegar. Lutou desenfreada contra a falta de tempo. Apanhou todas as migalhas do tempo roubado.

E percebeu. Finalmente, percebeu a importância do tempo que se não tem, quando uma porta se abre permitindo ao tempo fugir. Agora… afaga o tempo que tem como se não tivesse tempo, sem esperar que o tempo venha, não vá o tempo desistir de chegar a tempo e então… perder o tempo, como aqueles que o não têm.

sexta-feira, maio 08, 2009

CO3

Esta madrugada, numa pausa para descanso dos olhos e repouso das mãos, escolhi um programa diferente do habitual, aproveitando as horas de silêncio e vazio que só a noite permite. Coisa rápida e promissora de resultados satisfatórios. Não perderia mais de meia hora com o assunto. Dei-lhe as coisas do banho e a roupa adequada. Deixei-a só.

Passados uns vinte minutos, resolvi certificar-me dum barulho que se tornou repetitivo. Tive a sensação de que mais minuto menos minuto poderia abrir aquela porta de vidro e estender-lhe os meus braços. Sentei-me perto a observá-la com especial atenção para todos os seus detalhes. Era a primeira vez que o fazia. Nestes dois anos de convivência não me atrevi a ir tão longe e muita coisa desconhecida. Os manuais tornam a vida mais fácil.

A sua escolha foi uma decisão ponderada com base noutras experiências do passado. Com boas referências, qualidades de trabalho reconhecidas, de bom nome, bonita e discreta, convenceu-me.

Seu corpo saboreava por momentos o prazer daquela imersão. Após essas pausas consentidas, reagia agitada e libertava no ralo a água perfumada que eu adivinhava nas suas peças de roupa. Testemunhei as suas paragens e os seus mais lentos movimentos. Ansiei pelo fim daquela tortura a que me expus. Na minha cabeça, o barulho dum tambor alternava com o som de turbina de avião. Meus pensamentos giraram a velocidades estonteantes, não sei a quantas rpm.
Contorceu-se uma e outra vez. Nem deu pela minha presença! Reparei em algo que chamou a minha atenção: CO3(!). Segui o rasto das últimas gotículas desliziguezagueando pelo vidro embaciado.

A minha viagem de observação e conhecimento durou precisamente: dez eternos minutos. Descobri novos horizontes para a nossa relação e sei, agora, do seu problema a requerer ajuda dum especialista. Podemos escolher programas diferentes - que não tardarei experimentar - em altas temperaturas, com mais tempo para ela e menos para mim. Sei o tempo que precisa para realizar cada uma das suas potencialidades. Reconheço-lhe outras capacidades.

No fim do banho, abri-lhe a porta e senti de imediato o seu calor e cheirei o perfume do amaciador. Meia hora de lavagem e a roupa quase seca. Valeu a pena porque sei que a minha relação vai mudar. No manual de instruções li que CO3 significa que não centrifuga. Amanhã vou ligar para a assistência da minha máquina de lavar roupa.

quinta-feira, maio 07, 2009

Dizer Tudo

Ouvi com toda a atenção o que alguém dizia:
"Eu! Digo sempre tudo o que penso, positivo ou negativo"
Será que dizemos sempre tudo?
Eu, não acredito em semelhante.
Estamos sempre condicionados por uma razão qualquer, que contraria sempre a vontade de... dizer tudo.
Talvez, por essa razão a personagem que diz tudo o que pensa, seja apenas em uma série de grande audiência e culto.
Sim, falo do Dr. House e sabem o porquê?
Talvez por representar aquilo que a maioria gostaria de fazer...
Dizer tudo, mas mesmo tudo...

quarta-feira, maio 06, 2009

Um muito obrigado!

Em primeiro lugar quero aproveitar para agradecer-vos por me terem aceite na familia... =)
E deste modo quero dar-vos a conhecer uma música que adoro, oiçam-na e reparem bem na letra que é maravilhosa mesmo!!! (Na minha opinião, claro!)

terça-feira, maio 05, 2009

Fotografia... minha última paixão!





Já devem ter reparado, até pela quantidade de fotos que tenho vindo a publicar, que esta é uma das actividades a que me dedico! Pois não se enganaram! Apesar de ter sempre gostado de ver fotografia e em tempos, que já lá vão, ter expressamente visitado Galerias no Porto com o intuito de apreciar exposições de fotografia e/ou pintura, nunca tinha abordado o tema do ponto de vista daquele que o cria ou gera!! Para isso muito contribuiu, para além da máquina que a minha família acaba de me oferecer, as fotos que recentemente revi de um amigo meu, fotógrafo e também pintor, cujo trabalho sempre apreciei!
Talvez o conheçam, chama-se "Feio" e tem um pub/bar na Ribeira do Porto (Rua da Fonte Taurina) o "Porto Feio" um espaço agradável onde ao mesmo tempo que se saboreia um bom Porto se pode apreciar belos quadros, na maioria das vezes de sua autoria (embora ocasionalmente também exponha pinturas de outros)! Visita que vos recomendo, pois se este espaço se mantém como dele me lembro (embora saiba que continua a existir, já lá não vou há mais de 10 anos!!!), vale a pena conhecer!...
Entretanto fica o aviso, é realmente feio mas atenção porque consegue ser ainda mais louco que feio! Duma sensibilidade exacerbada e extravagante torna-se alguém de contacto mais do que difícil... imprevisível! Mas tem uma alma enorme... de artista, basta ver os seus quadros e as suas fotografias para perceber!
Quanto ao meu recente trabalho, se gostam de fotografia, convido-vos a apreciá-lo num site que conheço e visito há já algum tempo, onde resolvi começar a publicar algumas das minhas fotos. Espero que gostem e sobretudo qualquer que seja a vossa opinão não se inibam de comentar, porque cada vez que publico fico sempre curiosa de saber como os outros vêm e sentem o meu trabalho e não pensem que com isto apenas pretendo elogios. Aliás gostaria mesmo que quem tem alguma experiência no assunto me desse sobre cada uma das fotos uma opinião detalhada, de ordem emocional mas também técnica... acima de tudo gostaria que com os vossos comentários me ajudassem a evoluir!
Aqui vai o endereço:
http://olhares.aeiou.pt/Lauraflores

segunda-feira, maio 04, 2009

Fazer tempo

Queixamos-nos frequentemente com a “falta de tempo” para justificar qualquer coisa que deixámos por fazer (mesmo que a tenhamos esquecido).

Na verdade, somos donos do tempo – nosso e dos outros. Podemos: acordar mais cedo ou mais tarde e não dormir; alterar a hora das refeições, comer rápido ou nem comer; fazer uma pausa no trabalho ou faltar; esquecer, cancelar ou adiar um compromisso. Vivemos condicionados por hábitos e impostas rotinas. Naturalmente, cada um de nós encontra boa ou má desculpa, para o que quer deixar para trás, e um pretexto para algo que entenda resolver. Cada qual, à sua maneira, encontra tempo para fazer o que lhe convém. Tudo depende da necessidade de; da predisposição, preparação, oportunidade e motivação para.

A pressa anda de mãos dadas com o erro e de braço dado com o stress. Não é confiável. Tudo tem o seu tempo, podendo, ou não, coincidir com o nosso. Não adianta forçar o botão de chamada do elevador – moderno, claro – que ele não chega mais rápido. O chá deve esperar pela fervura da água. O banco abre às 8h30m. O Natal, só em Dezembro. E o vermelho não é para parar mas para (já) estar parado. Conscientes ou não, a acção gera consequência.

Acordamos e temos mais um dia de trabalho à nossa espera. Tudo corre bem até ao momento que, já a meio caminho, damos pela falta do telemóvel. Apalpamos-nos de alto a baixo, três, quatro vezes e nada. Elas, verificam a mala, mexendo e remexendo em toda a artilharia cosmética e, em desespero, despejam uma cascata de "milhentas" coisas impossíveis de imaginar naquele espaço (vi uma mola da roupa!?). Se não nos roubaram, se não o perdemos e se procurámos bem, não restam dúvidas: ficou em casa. Que fazer? Decida você! Eu vou aproveitar o tempo. Hoje nem trabalho. Já me aconteceu isso, por mais que uma vez, e reagi de modos diferentes. Cheguei a fazer inversão de marcha, apanhar mais uma hora no trânsito (com o qual justificava o atraso) e ter de gerir o mesmo serviço em menos tempo ou, então, ter de prolongar o horário. E das vezes que não o fiz, recordo-me da agradável estranheza da ausência de chamadas, de maior produtividade e mais concentração nas tarefas da jornada e, ainda, do alívio da falta do “apêndice” (no fim do dia, pesava quilos no bolso do meu casaco!).

Tenho estado a fazer tempo para ver se chega a inspiração para as tintas. Obrigado pelo vosso tempo.

domingo, maio 03, 2009

E agora?


Consta que os portugueses não percebem nada de economia...

sábado, maio 02, 2009

Pedaços do meu refúgio!




Quis partilhar com todos vocês retalhos dum espaço onde me encontro sempre que me procuro, onde me abrigo e me recolho sempre que "um pequeno intervalo se impõe... e não encontra oposição à altura"!