segunda-feira, agosto 27, 2007

Talvez um dia...


Sim, talvez um dia me dispa de preconceitos e venha a publico admitir as variações das ondas P da minha caixa de fusíveis. Quem sabe nesse dia, talvez me solte das falas mansas e discurse os sentimentos em uma só voz de comando. Mande uns quantos gritos de revolta em torno deste nosso sentimento, que nos empurra a alma para o charco. E quem sabe, talvez nesse dia acabe de vez com este nosso estranho fado que nos obriga a gostar de estar na merda.
Talvez quem sabe um dia…
Assuma de uma vez por todas este meu movimento Narcisista, esta minha estranha forma de me sentir bem. Talvez nesse dia venha a descobrir que não faço suspirar todas as mulheres que se atravessam em meu passeio, que afinal não me observam atentamente enquanto desço a calçada em suaves passos de estilo.
Quem sabe talvez um dia…
Venha mesmo a descobrir a combinação secreta, que abre esse teu coração escondido na dor. Talvez nesse dia te assalte a alma e te roube esse teu sentimento de imponência, que te rasga o sorriso em cada passo teu, em cada momento em que me dizes que não.

Quem sabe…

Talvez um dia…

Venhas a entender a dor que me percorre a alma…

O amor que me assola os sentidos

A raiva que me rasga o coração

Quem sabe talvez um dia...

1 comentário:

Å®t Øf £övë disse...

Nuno,
Talvez um dia... é sempre o nosso mal enquanto seres humanos. Estamos sempre a adiar coisas que podíamos fazer, e mais tarde, acaba por ser tarde demais. Vamos adiando, adiando, adiando, e acabamos por nunca as fazer, porque podemos já não puder, podemos já não conseguir, ou então na melhor das hipóteses, por as fazer já demasiado tarde para aquilo que pretendíamos. Muitas vezes perdemos a vontade, ou deixa de fazer sentido, ou então acabamos por perder a oportunidade.
Há simples gestos que nunca fazemos, há palavras que nunca dizemos, e há carinhos e beijos que nunca damos...
Normalmente o que nos leva a adiar tudo isto, é porque pensamos que não é o momento, e que teremos mais tempo, e uma outra oportunidade.
Passamos a vida a adiar a própria vida... amanhã faço... amanhã digo... amanhã vou... e acaba sempre por não chegar esse amanhã, e as palavras acabam por morrer dentro de nós.
De nada nos vale adiar aquilo que desejamos, devemos, e sentimos. De nada nos vale adiar o que deve ser feito, ou o que queremos fazer, porque podemos estar a adiar um momento de vida... eternamente.
E era tão simples de fazer, e de dizer... o que ficou por fazer, e dizer...
Abraço.