sexta-feira, outubro 26, 2007

Pedaços de Uma História


"Há histórias que já começam com um final escrito. São obras fechadas, caminhos traçados. Não adianta querer pintá-las com as cores que mais gostamos ou desejar que o tempo possa mudar o seu rumo. Elas são assim... inalteráveis"
("Páginas ao Vento" publicado a 19 de Março de 2007)
Inalteráveis? Que sabia eu?! A vida mostrou-me que não existem finais escritos.
Como diz o meu amigo Pedro Arunca , "cada dia que passa é uma página do livro que nos compete escrever". E eu escrevi. Escolhi o tipo de papel mais macio que encontrei, peguei na lapiseira que melhor se moldava á minha mão e soltei as palavras que bem entendi. Fui escrevendo, capítulo a capítulo, ao sabor do meu desejo... a história que, um dia, julguei estar terminada. Não estava. E hoje sei...
Não foi um caminho fácil... e tantas vezes quase desisti. Quase.
"Não gosto dos quases que existem na minha vida. Não me libertam. Não me reconfortam. Pelo contrário, transformam tudo o que esteve quase... em quase nada."
( "Quase" publicado a 8 de Julho de 2007)
Corrijo. Gosto deste quase. Dizer que quase desisti, significa que não o fiz. Significa que transformei toda a minha história num desafiante talvez. Talvez tenha sido a minha teimosia, talvez a minha força, talvez até atrevimento... ou, quem sabe, talvez tenha sido apenas o saber esperar que o tempo mudasse o seu rumo.
"E que tempo é este? Amigo? Perdido? Nosso? Ou apenas meu?"
("Tempo" publicado a 12 de Dezembro de 2006)
Era o tempo que eu precisava para chegar aqui. Era o tempo que tu precisavas para saberes onde querias chegar.
Era um tempo amigo... jamais perdido... meu, teu... e sem dúvida, NOSSO.

2 comentários:

Å®t Øf £övë disse...

Ana,
Fico muito contente por ver que conseguiste pedaço após pedaço chegar ao teu destino final, e que ele te faz feliz. Conseguiste olhar para o teu passado e encontrar na união dos teus pedaços, um todo que transborda felicidade.
Muitas vezes não sabemos como as nossas histórias começaram, e muito menos como vão acabar, e é nessas alturas que nos agarramos ao "nada"... dos "tempos", dos "quases", e dos "talvezes".
Na nossa vida podemos ter muitos "quases", e ainda mais "talvezes", mas na realidade esses "quases", e esses "talvezes" só se podem transformar em certezas se nós quisermos e deixarmos, porque somos os únicos responsáveis pelo rumo que damos à nossa vida.
Tudo, rigorosamente tudo, depende única e exclusivamente da nossa atitude, da nossa maneira de sentir, e da nossa maneira de pensar.
A realidade é esta, a nossa caminhada rumo ao nosso destino depende de nós, não há factor sorte, ou factor azar, muito menos acasos, muito embora nós nos tentemos muitas vezes mentalizar do contrário, talvez porque nos seja mais fácil justificar as coisas assim.
Temos que saber o que queremos da vida, saber ter objectivos, para traçarmos um rumo para a nossa vida. Para isso é importante retirarmos lições do passado, sem que isso signifique vivermos prisioneiros dele. Temos que ter a capacidade de viver o momento presente... o aqui e agora, apreciando o que temos, e o que a vida tem de bom.
Temos que ter a capacidade de fazer do viver uma arte... a arte de ser feliz.
Beijinhos.

Pedro Arunca disse...

Às vezes quase tentamos, muitas vezes desistimos.
É bom termos, pelo menos, tentado ir até ao fim. Muitas vezes o fruto mais gostoso (mais apetecível) está lá bem no cimo da árvore. À nossa espera.