Interrogação
Após longo tempo desaparecida, deixei-me por cá ficar, lendo o que já havia sido publicado. Reflexões, pensamentos... no fundo, todos eles de uma forma ou outra relacionados com a vida e vivências de cada um de nós. No centro, se formos ler com mais atenção, não existe uma postagem ou resposta que não tenha por base a interrogação que nos coloca a vida tal como a conhecemos e sentimos.
Há dias, entrando numa loja e no meio dos livros dei de frente com um livro que me chamou a atenção pelo nome. Nada mais, nada menos que "Como o acaso comanda as nossas vidas" de Stefan Klein. Nada satisfeita com o título e pensando no que este tipo de palavras nos podem fazer ler, resolvi ver em que estante estava arrumado o dito. Com ar interrogativo procurei e fui dar comigo na área de Psicologia. Psicologia? Que raio está isto aqui a fazer? Ainda não satisfeita folheei e voltei a folhear... António Damásio a comentar? Bem, deixa-me ver com mais atenção! Passei do ar interrogativo para o pasmado e, em seguida para o dilema: Compro/não compro? Acabei por não comprar levada pelo cépticismo mesmo vendo que as referências eram boas.
Hoje pergunto-me porque não o comprei eu?
Esqueci-me que Carl Jung também não deixava o "acaso ao acaso"!
Erro de palmatória!
Porque me lembrei disto hoje?
Porque ao ler-vos dei comigo a pensar na primeira pessoa do singular.
Ainda hoje, passados 13 meses, não consigo esquecer alguém que encontrei por mero "ACASO" e que me fez acreditar de novo no Ser Humano e nas grandes potencialidades que podemos ter se quisermos ou, se a isso formos levados. Durante 6 meses essa pessoa deu-me muito mais a nível de amizade e conhecimentos que muitos damos uns aos outros em anos!
Há 13 meses que não tenho quase todos os dias uma música à minha espera na minha caixa de correio, há 13 meses que não falo de música a fundo, há 13 meses que não falo da vida estando a morte tão perto, há 13 meses que ninguém me diz: "Devias ter sido maestrina!", há 13 meses que... tanta coisa...
Porque é que a vida por "ACASO" nos dá algo de BELO para em seguida nos deixar mais vazios?!
Que fazemos nós com esse espaço outrora tão preenchido e que agora mais não é que um abismo onde não existe nada, nem tão pouco tende para o infinito...
2 comentários:
Alexandra,
O "acaso" para mim, é nem mais nem menos, do que o nosso livre arbítrio, e este seja ele qual for, comanda de facto as nossas vidas. Assim sendo, eu pergunto-me qual será realmente a relação do livre arbítrio com o "acaso". Como diria alguém, de quem não me recordo: "somos escravos do nosso subconsciente". E muitas vezes à nossa ignorância, e à falta de resposta para determinadas coisas que não sabemos explicar, chamamos-lhe "acaso". E chamamos-lhe assim, porque admitir a nossa ignorância causa-nos angustia. Quem pensar que tudo se deve ao "acaso" está, acima de tudo, a enganar-se a si mesmo, mas à medida que vamos evoluindo o nosso conhecimento da vida, vamos adquirindo o "dom" de prever o futuro, e de diminuir os "acasos".
Beijinhos.
Stefan Klein? Recomendo! The Science of Happiness é um livro que tal como esse se lê com prazer e contém umas quantas verdades (ou não) que dão que pensar.
"Que fazemos nós com esse espaço outrora tão preenchido"? Voltamos a preenchê-lo! É a isso que se chama viver.
Beijinhos Alexandra, ainda bem que voltaste :)
E nós estamos aqui... se calhar não podemos preencher o vazio mas... quem sabe, alguma coisita
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