quarta-feira, julho 02, 2008

...

Partes mas ficas! Não posso deixar-te ir assim, sem mais nem menos... sem um adeus, sem uma despedida...

Não nos despedimos, lembra?! Por isso ficas! Mesmo que partas, ficas!

Ficas em mim... ficas nos espaços que partilhamos...

Ficas na cama onde nos amamos! Ficas-me na memória, no sentir, no corpo que possuiste...

Oiço-te a voz, toco-te a pele, penetro-te o olhar...

Sinto-te as mãos, beijo-te a alma, fundo-me em ti...

E tu... abafas-me o desejo, engoles-me a lágrima e despes-me da roupa... e de tudo!

Partiste mas ficaste!

3 comentários:

Å®t Øf £övë disse...

Foryou,
Muito bonito este texto que nos fala sobre a impossíbilidade de alguém partir de dentro de nós, mesmo que o faça fisicamente, mas ficar e partir é muito mais do isso, e é uma decisão muito mais complexa, porque quem parte leva sempre saudades de alguém que fica a chorar de dor. É esta a beleza que existe entre a ilusão do ficar e do partir.
Muitas vezes é necessário partir para conseguir ficar, e outras vezes é preciso ficar para conseguir partir de vez.
Ficar ou Partir?
Ficar tem o valor da estabilidade, da segurança, e do conhecido. E todos nós tendemos a amar o que conhecemos. É muito difícil partir, trocar o que conhecemos pelo desconhecido. Quando ficamos é porque temos a ilusão, e acreditamos que vamos conseguir alterar o que nos levou a pensar que deveríamos partir.
Quando partimos temos a beleza da aventura, porque quando se parte deixa-se tudo para trás. Por isso é preciso muita força para partir. Quando decidimos partir, tal como quando ficámos, é porque estamos com a ilusão de que encontraremos sempre algo melhor, mais perfeito. No fundo partimos em busca de um ideal. Só que esse ideal nem sempre existe, ou se existe pode não estar ao nosso alcance.
Entre o ficar e o partir, muitas vezes esquecemo-nos do principal, que é o motivo pelo qual nos decidimos a partir. Partimos em busca de algo diferente, só que nos esquecemos que o que nos leva a partir está dentro de nós, por isso talvez o fundamental seja nós termos a capacidade de mudar.
Nunca devemos partir, deixando ficar uma parte de nós para trás, tal como não devemos ficar, deixando partir uma parte de nós.
Mas pior do que partir ou ficar, é não deixarmos os outros partir, sendo que isso acarreta infelicidade para quem não partiu, e para quem não deixou partir, pensando que assim seria melhor.
Para quê ficar, ou impedir a partida se por causa disso vamos fazer infelizes quem nos rodeia?
A vida é mesmo uma teia em que é possível partir ficando, e ficar partindo, e em que muitas vezes só se consegue partir quando nos obrigamos a ficar, e outras vezes ficamos porque nos obrigamos a partir...
Existe beleza no partir e no ficar, desde que estejamos por inteiro seja lá qual for a nossa decisão.
Beijinhos.

foryou disse...

Concordo plenamente contigo, excepto quando o motivo da partida está ligado a um estupido camião que entra em sentido contrário numa qualquer rotunda... aí... nem um desejou partir e nem outra desejou a partida e assim sendo não vejo nada de errado em que, de alguma forma, se mantenham juntos. Para uma segue a vida, para o outro segue qualquer coisa que não sei o que é e, volta não volta, quando a saudade aperta, nem um parte e nem outro deixa partir e por breves instantes há uma beleza imensa nisso. Depois... a vida continua a seguir para uma e o "qualquer coisa", se calhar, também continua a seguir para o outro.

Beijinhos :)

Pp disse...

Foryou
Infelizmente na nossa vida, entram e saem muitas pessoas, de forma provisória ou definitiva.
Todas as pessoas marcam a nossa vivência das mais variadas formas, deixam marcas por todos os locais, e em todos os nossos sentidos.
Continuamos a ouvir, sentir, e a cheirar.
Nas pessoas que partem provisoriamente, é sempre um "até já".
Na forma definitiva, podemos usar a mesma expressão e guardá-la no «Memorial da nossa consciência».
É como tu dizes, partiste mas ficaste!
Bjs