quinta-feira, janeiro 29, 2009

Relogios de Memória (Maquinaria d´alma...)

Entrar calando as letras
retire-se a espuma das ondas
seque-se o sopro do vento
vistam-se as chamas de negro

Quanto pedes tu ò alma doce
para matar sem conhecer
encerrar sem naufragar
somos pedaço de gente

Corvos flutuando em mares salgados
assim como as lágrimas que solto
não sou o que penso ser
mas sei ser o que não fui
quero morder o que beijei
e perder o que não vi

Tantas vezes a censura
os gritos presos na garrafa
segredos fechados na cave....
desta dor que não passa

Mas agora somos nós
de mil ventos as memórias
de mil chuvas as canções
e cornetas de vitória

Relógios de apagar brincadeiras...
Já não sonho os olhos doces
Já não provo com os dedos
Porque tenha muito ou pouco medo...
Abri o baú dos segredos...

De tantas formas de agradecer mensagens, esta não agradece, mas quer agradecer...


4 u All ;)

2 comentários:

foryou disse...

oh Nuno, eu reconheço que sou um bocadinho (bocadinho é só para não confessar a verdade) lerda quando toca a poesia, portanto se o que se seguir for um chorrilho de disparates pedes ali ao dono do pedaço maior para apagar o comentário, banir a comentadora e pedir indeminização.

ora vamos lá ver... isto parece um auto-retrato de um pedaço de vida. mas eu se fosse a ti, escrevia mais vezes em vez de tentar afogar os berros na garrafa onde ninguém lê. a dor deita fora, porque não serve para nada, foi só uma palavra inventada para nos moer o juizo. já que abriste o baú, aproveita o recheio para construires com ele os segredos do futuro. ou então, faz como agora, deposita-os aqui que ficam bem guardados, qualquer que seja a hora que marque no relógio, a brincadeira de pedaços de gente




as mensagens não se agradecem, fazem-se chegar ao destino :)

Å®t Øf £övë disse...

Nuno,
Eu não tenho propriamente um baú onde guardo tralha... mas tenho um baú de recordações que também abro muitas vezes... sem medos...
Nele costumo encontrar para além de algumas músicas, também recordações dos tempos em que para mim tudo me parecia fácil e simplificado. Em que eu, como tanta gente, achava que sabia tudo, e que conseguia resolver tudo.
Como se costuma dizer... "se soubesse o que sei hoje..."
Porque será que todos nós temos sempre uma fase em que temos a mania que tudo sabemos, e mais tarde, quando recuamos no tempo, e abrimos o tal baú, acabamos por chegar à conclusão que nada sabíamos, e que de sábios nada tínhamos???

Abraço.