sexta-feira, outubro 01, 2010

Uma espécie de desabafo

Feriado. Apesar disso, muitas pessoas andam zangadas na rua. 
Num centro comercial, mãe e filha adolescente dizem que o local está cheio, as pessoas não devem ter para onde ir, que o local não tem lojas de jeito... pergunto: então o que foram lá fazer?
No metro, 2 casais adolescentes, um deles com um filho no carrinho, ignoram a criança. É como se esta fosse um saco de supermercado. A criança esperneia, grita, chama a atenção. Uma das meninas manda-o calar de 500 formas. Todas a manifestar fúria, cansaço.
Ainda no metro, um jovem fala ao telemóvel com a namorada (pela conversa, presumo). Ela deve estar a fazer cena de interrogatório. Ele, tentando conter-se, vai respondendo secamente.

Eu, ao almoço, levo com colegas que não se calam e só falam de trabalho. Por várias vezes já disse que não quero falar de trabalho ao almoço, mas devo dizer qualquer palavra que os impede de perceber...
O silêncio, simplesmente, será muito difícil?

2 comentários:

Pp disse...

Por vezes o silêncio vale mais do que mil palavras.
Excelente visão sobre a realidade actual do que as pessoas se transformaram.
Gostei
Abraço

Å®t Øf £övë disse...

Gonio,
Quantos de nós andamos descontentes com aquilo que se passa à nossa volta?
Se eu mandasse alguma coisa, criaria uma lei revolucionária diferente de tudo aquilo que já se viu, ou fez...
Faria com que passasse a existir um muro onde nós poderíamos colocar as nossas lamentações ou preocupações sem que nos tivessemos que identificar.
Muitas vezes estamos mal e com vontade de reclamar, mas apenas não o fazemos por medo. Ora se não nos tivessemos que identificar, talvez o fizessemos mais facilmente.
Seria tão bom podermos expor os nossos sentimentos aos olhos de todo o mundo, sem sermos confrontados com a maldade e as represálias.
Talvez assim fosse possível andarmos todos mais bem dispostos, e melhor com a vida. Mas como não vivemos de "talvez"...
Talvez um dia eu possa ter condições para criar esta lei. Até lá temos que viver e conviver com o descontentamento generalizado que vamos vendo por aí... em todo o lado... em cada esquina...

Abraço.