terça-feira, janeiro 09, 2007

Ser como nós


Passamos demasiado tempo escondidos nas palavras, escondidos no sentimento de revolta que nasce dentro de nós. Alimentamos a dor com demasiado carinho, sem sequer pensar, sem sentir sem chorar. Somos como gotas de espuma derretendo nos dedos, esquecidos no orvalho da manhã, abraçados a essa mãe que nos embala junto ao peito, essa mãe, que se chama solidão. Fechados neste nosso mundo de fantasmas que voam entre as quatro paredes. Ficamos apenas, abraçados a nós mesmos, com esses olhos de criança que não quer mais sonhar.
Chegou a altura de mudar, de rasgar o sentimento e partir para novos mundos. Ter a coragem de soltar as velas neste vento que nos embala, que nos refresca a alma, e nos faz sonhar. Chegou a altura de sorrir, querer mais, partir. Partir para a aventura de viver. De ser mais como nós! Poetas que transmitem nas palavras, a alegria de ser feliz, de sonhar e de amar!

De ser como nós!

Ps: Obrigado por poder dar um pedaço de mim!!

Um Abraço!!

2 comentários:

Å®t Øf £övë disse...

Nuno,
Hoje estou entusiasmado pela tua entrada para o "Pedaços de Nós". Gosto desta partilha, e deste intercâmbio de palavras, que não têm necessariamente de ser palavras que escondam sentimentos, ou que nos escondam de nós mesmos, mesmo que por vezes para entender o significados das palavras seja necessário termos a capacidade de saber ler nas entrelinhas.
Gosto de partilhar palavras e de enveredar pelo caminho entusiasmante, de descoberta, e de desenvolvimento que elas nos proporcionam. É minha convicção profunda que tudo começa com palavras... que tudo começa em nós.
Espero que aqui te sintas em casa para partilhares com os restantes membros do "Pedaços" um pouco de ti e dos teus sonhos.
Porque não?
Neste espaço somos livres de falar sobre tudo, e felizmente isso tem acontecido, mas a verdade é que quando experimentamos falar de sentimentos, damos logo conta que o nível dos comentários se aprofunda.
Por vezes é mais fácil ocuparmo-nos com "banalidades", eu mesmo o faço no Atordoadas, mas se insistimos demasiado nisso acabamos por continuar fechados na nossa solidão, fingindo que está tudo bem.
Dizes que chegou a altura de sorrir, querer mais, e realmente não há melhor altura no ano para isso do que esta, uma vez que estamos no início de um novo ano, em que todas as nossas esperanças se podem e devem renovar, em que todos os nossos desejos são válidos, e em que podemos avaliar os ensinamentos que o último ano nos proporcionou, para a partir daí "soltar as velas neste vento que nos embala", e podermos sonhar...

Abraço.

Ana disse...

Nuno,

De facto, as palavras têm uma força incrível, sejam elas ditas, escritas ou até mesmo caladas.
Partilhar palavras, sentimentos, ideias... deixa-nos, por um lado, mais leves e faz-nos sentir mais verdadeiros. Ir ao fundo de nós mesmos e procurar o que ninguem vê, sabe ou entende, é um exercício que deixa sempre marcas. Muitas vezes, nem é nos outros, mas sim em nós.
Tenho sempre a sensação de que, depois de escrever o que sinto, algo muda. Algo se torna irreversível. É como se tivesse tomado consciência de um "pedaço" de mim que estava guardado. Muitas vezes entusiasma-me a descobrir mais e escrever mais, mas outras...faz-me parar por um tempo, como se precisasse de digerir o que acabei de escrever, como se precisasse de aprender a viver com a realidade das minhas palavras. E muitas vezes preciso mesmo.
A escrita, a partilha, não só ajuda quem lê a nos conhecer e entender melhor, mas principalmente ajuda a nós mesmos. Ás vezes faz-nos sorrir, outras vezes doi. O que me leva a concluir que partilhar sentimento e emoções, é um acto de coragem.

Assim sendo, agradeço e recebo este teu "acto de coragem" com a expectativa de conhecer esses "pedaços" de ti.

Bem-vindo á nossa família.

Beijinhos