segunda-feira, março 19, 2007

Páginas ao vento


Há histórias que já começam com um final escrito. São obras fechadas, caminhos traçados.
Não adianta querer pintá-las com as cores que mais gostamos ou desejar que o tempo possa mudar o seu rumo. Elas são assim mesmo... inalteráveis. Entramos numa dessas histórias convictos de que passaremos por ela com a leveza necessária... a leveza e a serenidade de a considerarmos apenas um bom momento, sem que nada se altere em nós.
Mas nós não somos inalteráveis como são algumas histórias que vivemos. Somos carne, pele, cheiro, toque, sentimento... não somos um livro fechado, somos páginas ao vento...
Quando damos por isso, a história já faz parte de nós. Já vivemos e respiramos aquele enredo. Já temos cravadas na pele as marcas de um argumento que não é o nosso. E sabemos disso. E sentimos cada momento como se fosse o último. Porque sabemos que vai haver um cair do pano. E doi.

Talvez quando deixar de doer, consiga dizer que foi melhor assim. Talvez quando o vazio deixar de ser tão vazio, consiga olhar para tudo isto e sorrir. Talvez quando deixar de sentir, consiga entender.

E quando a saudade apertar?

Talvez chore um bocadinho... e talvez passe.

1 comentário:

Å®t Øf £övë disse...

Ana,
Eu prefiro acreditar que não há histórias com finais escritos... talvez seja ingénuo... não sei... acredito que depois de uma página virada vem outra em branco, onde podemos voltar a escrever amor e felicidade, porque acredito muito que o destino de cada um de nós, somos nós que o "escrevemos"... todos os dias, com as decisões que tomamos.
Mesmo que sintas cada momento como se fosse o último, não desistas, continua a "escrever" mais umas linhas nesse grande livro que é a tua vida. No entanto nunca te esqueças, porque nunca o devemos fazer, de ir lendo as páginas que vão ficando para trás, porque só assim poderás retirar de lá os melhores ensinamentos, e os melhores momentos, para voltares a "escrever" páginas de amor e felicidade.
Beijinhos.