Cidade
Foram tantos os anos, que recordo todas as ruas que percorremos.
Até a primeira rua percorrida.
Tu na frente e eu a seguir-te.
Olhares cumplices e atentos a tudo quanto passa e o beijo furtivo roubado na primeira esquina sem vivalma.
Sim, recordo, dia após dia, uma estação seguida da outra, percorrendo todas essas ruas; de pedra, esburacadas, planas ou íngremes.
Recordo cada montra em que te detinhas, e a compra que fizeste por duas vezes, para ambos (dizias tu que nos marcaria para o resto das nossas vidas).
Tinhas razão, marcou.
E continuei a percorrer rua após rua, beco após beco, tu na frente, depois lado a lado, e até, nos dias mais frios a tua mão no meu bolso do casaco, encostada a mim.
Recordo também de seguir-te e de colocares a questão:
Ela- Onde estamos?
Eu- Não sei, limitei-me a seguir-te...
Ela- Para onde vamos?
Eu- Não sei, talvez levar as compras para nossa casa...
Ela- Eu vou por esta rua, a minha casa fica para este lado.
E recordo, pela última vez em que vi, o teu olhar e o singelo acenar de mão dizendo...
Adeus...
Até a primeira rua percorrida.
Tu na frente e eu a seguir-te.
Olhares cumplices e atentos a tudo quanto passa e o beijo furtivo roubado na primeira esquina sem vivalma.
Sim, recordo, dia após dia, uma estação seguida da outra, percorrendo todas essas ruas; de pedra, esburacadas, planas ou íngremes.
Recordo cada montra em que te detinhas, e a compra que fizeste por duas vezes, para ambos (dizias tu que nos marcaria para o resto das nossas vidas).
Tinhas razão, marcou.
E continuei a percorrer rua após rua, beco após beco, tu na frente, depois lado a lado, e até, nos dias mais frios a tua mão no meu bolso do casaco, encostada a mim.
Recordo também de seguir-te e de colocares a questão:
Ela- Onde estamos?
Eu- Não sei, limitei-me a seguir-te...
Ela- Para onde vamos?
Eu- Não sei, talvez levar as compras para nossa casa...
Ela- Eu vou por esta rua, a minha casa fica para este lado.
E recordo, pela última vez em que vi, o teu olhar e o singelo acenar de mão dizendo...
Adeus...
2 comentários:
Caro PP
Pressinto que estás apaixonado é sempre bom desde que seja com a pessoa certa. Um homem nunca deve responder a uma mulher não sei onde estou ou o que fazemos, um homem tem que saber sempre esses aspectos uma mulher procura amor, paixão mas muito importante segurança e clareza.
Aproveita ao maximo e que seja o teu reequilibrio, a tua chegada ao universo claro e transparente enfim a uma vida tranquila e feliz, está na tua hora, parabéns.
Pp,
Em primeiro lugar deixa-me assinalar o facto de este teu post ser o número 500 deste blogue. São muitos pedacinhos de cada um de nós aqui relatos e partilhados, e que vale a pena ficar registado, por se tratar de um número redondo e bastante significativo.
Quanto ao teu texto, ele fala-nos da energia que envolve duas pessoas. Fala-nos da cumplicidade existente entre dois corações apaixonados, por isso fala-nos de amor. Um amor que transcende os tempos.
Existem pessoas que realmente nos deixam marcas, e que ficam a "morar" nos nossos sonhos por longos tempos, e que mesmo assim são capazes de nos despertar as mesmas sensações do primeiro dia, mesmo depois de longos anos. É isto que acontece quando um amor nos marca irremediavelmente.
Mas na verdade todo o amor deixa marcas que nunca se apagam, mas essas marcas devem ser marcas de ternura... lembranças boas... em que devemos ter a preocupação de nunca as deixarmos transformarem-se em marcas de agressões e sofrimento, que nos façam ficar de costas voltadas, e até no extremo, a virarmos inimigos. Quando o amor acaba, as suas recordações e marcas são uma forma de conservarmos esse amor por mais algum tempo... de não o deixarmos morrer dentro de nós.
Abraço.
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