sábado, outubro 28, 2006

Saudades

Um dia a maioria de nós vai seperar-se. Sentiremos saudades de todas as conversas, das descobertas que fizemos, dos sonhos que tivemos, de tantos risos e momentos que compartilhamos. Saudades até dos momentos de lágrimas, de angustia, das vésperas dos fins de semana, de finais de anos, enfim dum companheirismo vivido. Sempre pensei que as amizades continuassem para sempre. Hoje não tenho tanta certeza disso. Em breve cada um vai para seu lado, seja pelo destino ou por algum desentendimento, segue a sua vida. Talvez nos continuemos a encontrar quem sabe... nos e-mails trocados. Os dias vão passar, meses, anos... até este contacto tornar-se cada vez mais raro. Vamos nos perder no tempo.
Um dia os nossos filhos verão aquelas fotos e perguntarão: "Quem são aquelas pessoas?" Diremos que eram nossos amigos e isso vai doer tanto... Foram meus amigos, foi com eles que vivi os melhores anos da minha vida! A saudade vai apertar bem dentro do peito. Vai dar uma vontade de ligar e ouvir aquelas vozes novamente... de fazer promessas, de nos encontrarmos mais vezes daquele dia em diante. Por fim cada um vai para seu lado para continuar a sua vidinha isolada do passado. E nos perderemos no tempo... por isso fica aqui um pedido desta vossa humilde amiga: "Não deixem que a vida passe em branco, e que pequenas adversidades sejam a causa de grandes tempestades".
Eu poderia suportar, embora não sem dor, que morressem todos os meus amores, mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos.

2 comentários:

. disse...

Lis,
Ter saudades, ter recordações, é sinónimo de que se viveu, que se sentiu e foi tão bom e nos fez tão bem, que nos causa, no presente, uma vontade imensa de reviver, momentos e sentimentos.
Quem nunca viveu ou partilhou esses sentimentos no passado, como é óbvio, hoje vive certamente mais na melancolia, mais mergulhado na nostalgia acrescida de ter consciência de nunca ter tido a oportunidade de sentir/viver e consequentemente nem saudades, nem memórias ter hoje…
As verdadeiras amizades continuam para sempre, creio que assim seja… mas naturalmente e porque a vida está em constante mutação e assim obriga, a maioria das vezes os rumos tomados são forçosamente divergentes… as pessoas afastam-se mas não se esquecem!
Os elos de ligação serão mantidos mas de formas diferentes… as possíveis talvez!
Então, a saudade surge! Por vezes até, associada, uma inconsciente revolta, porque nos sentimos impotentes, não podemos voltar atrás no tempo, não nos é permitida uma segunda vivência dum mesmo tempo…
Como diria um querido familiar que já não está entre nós:
“É a vida… é o mundo em marcha…”!
Ternos beijos.

Å®t Øf £övë disse...

Lis,
Ter bons amigos é um dos maiores prazeres da vida. Contudo, ser bom amigo é um dos mais difíceis compromissos. Nos nossos dias parece que é cada vez mais difícil.
Crescemos ao lado de alguém, convivemos, tornamo-nos amigos inseparáveis... mas um dia, por motivos profissionais, familiares ou financeiros, vamos para outras paragens, e ficamos muito mais distantes dos amigos.
Os anos vão passando, as tarefas vão-se multiplicando, a vida vai-nos envolvendo com tantas coisas, e o tempo vai-se tornando sempre mais curto para os amigos... que estão sempre tão distantes.
Por isso, é que eu costumo ter sempre isso em atenção, para não perder de vista aqueles que eu considero de verdadeiros amigos, e que na realidade são muito poucos.
Marco encontros, e a frequência com que faço isso depende sempre da distância a que me encontro deles, mas procuro com que não se passem mais de três meses sem estar pessoalmente com eles. Depois ainda tenho o telemóvel que também me vai permitindo manter um contacto mais frequente. Procuro também usar a tecnologia, embora cada vez me vá apercebendo mais que há demasiada gente que anda por aqui, e que não gosta de dar a cara, e de se assumir.
Eu procuro sempre manter as linhas de comunicação abertas.
A única forma que eu tenho, e conheço, para conservar uma amizade, é sendo amigo também.
Beijinhos.