sexta-feira, janeiro 19, 2007

Perco-me

Morro... renasço... morro novamente... e volto a renascer.

São dias, horas, instantes... são emoções á flor de mim.
Abanam-me, ferem-me, acordam-me.
Páro e morro.... deixo morrer simplesmente.
Fecho as portas, tranco-me dentro de mim mesma.
Sinto, penso, procuro-me.
Não me encontro, não me reconheço.

Perdi-me.

Então rasgo, parto, choro.
Renasço no vazio, viro a página.
Sinto medo, sinto alívio... sinto simplesmente.
Fecho os olhos, abro as portas, levanto-me.
Acalmo-me e sigo em frente.
Chamo por mim, rebusco-me, procuro-me.

Acordo... e encontro-me.

Luto, fujo, esqueço, não penso.
Morre o sonho, nasce a saudade.
Aperto no peito... deixo doer simplesmente.
Espero por mim, fujo de mim, reinvento-me.
Sinto-me perto, sinto-me forte, aguento.
Suspiro, respiro, sigo caminho.

Olho-te... e perco-me novamente.

1 comentário:

Å®t Øf £övë disse...

Ana,

As palavras nem sempre são bonitas, nem sempre são fáceis, e sem dúvida, quase nunca atingem a veracidade dos nossos sentimentos. Mas muitas vezes conseguem chegar lá perto. Quando as palavras fervilham em nós, é porque nós próprios fervilhamos por dentro.
Perdes-te e encontras-te em cada instante, principalmente quando as palavras se tornam mudas, invertendo o silêncio, e mesmo assim teimam em te pertencer. Perde-te no silêncio, e encontra-te no esplendor.
Tens a simplicidade dentro de ti, isso torna aquilo que escreves realmente tocante e lindo.
Beijinhos.